No dia seguinte à alta do juro no Brasil e à redução de taxas nos Estados Unidos, o dólar aproximou-se de R$ 5,40 e fechou no menor valor em um mês. O dólar comercial encerrou esta quarta-feira (19) vendido a R$ 5,424, com queda de R$ 0,038 (-0,7%).
A B3, a bolsa de valores brasileira, caiu pelo terceiro dia seguido, para os 133 mil pontos.
A cotação da moeda operou em queda durante toda a sessão. Na mínima do dia, por volta das 13h, chegou a R$ 5,40.
A moeda norte-americana está no menor nível desde 19 de agosto. A divisa acumula queda de 3,7% em setembro, mas sobe 11,76% em 2024.
O aumento do juro no Brasil não favoreceu o mercado de ações. O índice Ibovespa, da B3, fechou aos 133.123 pontos, com queda de 0,47%. Apesar da alta de ações de petroleiras e de mineradoras, os papéis de empresas ligadas ao consumo caíram por causa da expectativa de que o Banco Central seja mais agressivo na política de aumento de juro. O indicador está no menor nível desde 13 de agosto.
As decisões em torno do juro no Brasil e nos Estados Unidos dominaram o dia. Nos Estados Unidos, o Federal Reserve (Fed, Banco Central norte-americano) baixou o juro pela primeira vez desde 2020. O órgão surpreendeu, ao cortar a taxa em 0,5 ponto percentual. Taxas menores em economias avançadas estimulam fluxos de capitais para países emergentes.
No Brasil, o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central (BC) faz o caminho inverso promovendo a primeira alta de juro em dois anos. A taxa Selic (juro básico da economia) subiu de 10,5% para 10,75% ao ano.
O aumento da diferença entre o juro brasileiro e norte-americano favorece a queda do dólar. Isso porque investidores retiram dinheiro de países com taxas menores para aplicar em países com taxas mais altas.
Na bolsa de valores, o juro maior no Brasil desestimula os investidores a aplicar em ações, buscando investimentos em renda fixa, que têm menor risco. O tom considerado agressivo do comunicado do Copom, segundo os analistas de mercado, indicou que o Banco Central pode ser mais agressivo nas próximas reuniões, o que estimula a venda de ações.