A surpresa da Super Quarta ficou por conta do Federal Reserve (Fed), o banco central dos Estados Unidos, que cortou o juro em 0,50 ponto percentual, na magnitude mais intensa das apostas do mercado sobre qual seria a primeira flexibilização da política monetária do país desde 2020. A taxa foi para a faixa entre 4,75% a 5,00% ao ano. Para ficar melhor ainda, as comunicações adicionais à decisão apontaram que não foi por um temor de recessão da economia norte-americana, a maior do mundo, mas por uma "recalibragem", ou seja, por achar que talvez pudesse ter reduzido antes ou já fazendo a diminuição que teria espaço para fazer depois.
- Não tinha desenho melhor para o FED fazer - comentou o economista-chefe da Quantitas Asset, Ivo Chermont.
O dólar caiu, por óbvio (-0,47%, a R$ 5,46). Juro mais baixo lá traz investidores para outros mercados como o Brasil. Além disso, retirou a pressão para que o Banco Central brasileiro apertasse a mão aqui. O Comitê de Política Monetária (Copom) optou pela menor alta entre as previsões, 0,25 ponto, subindo a Selic a 10,75% ao ano. Apesar da inflação de serviços e do receio das contas públicas, o cenário externo permitiu, inclusive com a desaceleração chinesa. O ritmo das próximas decisões ficou em aberto.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Guilherme Jacques (guilherme.jacques@rdgaucha.com.br) e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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