Uma das medidas anunciadas pelo governo federal para acelerar a recuperação da economia do Rio Grande do Sul após o impacto causado pela enchente no Estado foi o pagamento de duas parcelas extras do seguro-desemprego para quem já estava sem emprego até o início de maio. Do montante de R$ 497,8 milhões previsto com a ação, até 11 de junho R$ 23,6 milhões já haviam sido repassados a trabalhadores gaúchos.
O pagamento de duas parcelas extras do seguro-desemprego já fez parte do primeiro pacote de anúncios do governo federal para apoiar a recuperação econômica do Rio Grande do Sul. O Painel da Reconstrução, ferramenta desenvolvida por GZH, acompanha as medidas de apoio ao Estado que estão sendo anunciadas pelo poder público nos âmbitos federal e estadual.
Até o último dia 11, conforme o Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), R$ 23,6 milhões já haviam sido repassados a 13.751 beneficiários. A estimativa do governo federal é de que o pagamento das duas parcelas extras do seguro-desemprego beneficiará 139.633 trabalhadores, em 366 municípios gaúchos, chegando ao valor total de R$ 497,8 milhões.
— As parcelas extras de seguro-desemprego são para aqueles que já estavam segurados, então houve mais duas parcelas para poder complementar, havendo uma análise bem objetiva, de que esses trabalhadores a curto prazo não terão muita oportunidade de ter uma nova ocupação, em razão das dificuldades das empresas e do Rio Grande do Sul. Isso permite passar um maior período até termos uma melhora da atividade econômica no Estado — destaca Francisco Macena, secretário-executivo do Ministério do Trabalho e Emprego.
O valor médio da parcela é R$ 1.782,50. As parcelas adicionais são pagas ao trabalhador que recebeu todas as normais, e que já estava recebendo o seguro-desemprego antes de 5 de maio.
— As outras medidas que já anunciamos, como os benefícios às empresas, a prorrogação de tributos, e o pagamento de parcelas extras do salário mínimo, têm justamente o objetivo de proteger os empregos e evitar demissões nesse período — complementa Macena.
Ainda de acordo com o MTE, o primeiro lote de pagamento adicional de parcelas ocorreu em 21 de maio, e os próximos são emitidos e pagos semanalmente.
Impacto individual e macroeconômico
Além do benefício individual, o pagamento de duas parcelas extras do seguro-desemprego também têm impacto positivo na recuperação econômica do Estado como um todo, conforme argumenta o professor de Economia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS) Cássio Calvete:
— O benefício tem grande importância para cada pessoa que recebe, para atingidos pela enchente ou mesmo para quem busca uma recolocação no mercado de trabalho, pois agora terá mais dificuldades de conseguir uma nova vaga. Além do aspecto pessoal, tem o aspecto macroeconômico, já que com mais recursos aumenta o nível de consumo local, reforçando a retomada de um círculo virtuoso na economia do Estado — explica.
Um dos trabalhadores gaúchos que já recebeu parcelas extras do seguro-desemprego é Veridiana Costa da Silva, 30 anos, moradora de Eldorado do Sul. Ela trabalhava como faxineira em uma escola do município onde mora e foi desligada em janeiro. Começou a receber os pagamentos do seguro-desemprego em fevereiro, e já recebeu uma parcela extra neste mês de maio.
— Nem sabia que receberia essas parcelas extras, quando vi já estava na minha conta. Como a minha casa alagou, esse dinheiro veio em uma hora muito importante, para eu conseguir me manter nesses dias até que eu consiga um novo emprego — afirma.
Outra trabalhadora que será beneficiada pelo pagamento de parcelas extras do seguro-desemprego é Renata Sandi, 25 anos, moradora de São Marcos, na Serra. Renata, que atuava como professora em uma escola infantil, recebeu a última parcela do benefício à qual já teria direito no final de maio, e agora em junho receberá o primeiro pagamento extra.
— A minha casa não foi alagada, mas aqui na cidade e em volta ainda se vê muitos estragos, então a gente não sabe exatamente como vai ser essa recuperação. Por isso esse dinheiro a mais agora vai ser muito bem-vindo, para dar um alívio enquanto as coisas não melhoram e também para ajudar um pouco o comércio aqui da região pelo menos — reforça Renata.
Consulta
Para conferir o andamento dos pagamentos, o trabalhador poderá consultar a central de atendimento do Ministério do Trabalho e Emprego, pelo telefone 158, informando número do CPF ou o número do PIS.
As informações também podem ser consultadas na Carteira de Trabalho Digital, no portal gov.br, nas unidades de atendimento do Ministério do Trabalho e Emprego e nas unidades do SINE.