A reunião do presidente Luiz Inácio Lula da Silva com o presidente da Petrobras, Jean Prates, terminou pouco antes das 19h desta segunda-feira (11). O encontro ocorreu no Palácio do Planalto e contou também com a participação dos ministros Rui Costa (Casa Civil), Alexandre Silveira (Minas e Energia) e Fernando Haddad (Fazenda), além de diretores da estatal.
Com duração de aproximadamente três horas e meia, a conversa se deu sob contexto adverso, depois de a Petrobras perder R$ 56 bilhões em valor de mercado. Nos últimos dias, a petroleira também havia frustrado o mercado ao não distribuir dividendos extraordinários.
Mais cedo, declarações feitas por Lula em entrevista ao SBT também repercutiram negativamente para a empresa, colaborando para queda do Ibovespa. O índice atingiu o menor nível desde 7 de dezembro.
O presidente da República afirmou que teve uma "conversa séria" com a direção da empresa e que a petroleira queria distribuir R$ 80 bilhões de dividendos, mas deveria pagar só R$ 45 bilhões. Lula ainda defendeu que a Petrobras não deveria "atender apenas à choradeira do mercado".
Silveira afirmou que os investidores da Petrobras "sabem que o governo é o controlador" da empresa. O ministro deu a declaração ao lado de Haddad.
— Questão da distribuição (dos dividendos) é dinâmica. (O dinheiro) foi para a conta de contingência. Governo do presidente Lula tem trabalhado com muito cuidado no respeito à governança da Petrobras. Todos os investidores sabem que governo é controlador, tem maioria do conselho — disse Silveira.
O presidente da Petrobras disse que uma nova decisão sobre os dividendos poderá ser feita a qualquer momento:
— É sempre uma possibilidade. A decisão foi correta, não vamos chamar de revisão. O Conselho pode decidir que esse dinheiro que está na reserva pode ser distribuído — explicou.
Haddad, por sua vez, não expressou qualquer oposição de sua pasta sobre o que a companhia decidir.
— Se vierem a ser distribuídos dividendos extraordinários, o Tesouro não vai reclamar porque o Tesouro é acionista. O conselho vai julgar a previsibilidade da distribuição de dividendos — disse o ministro da Fazenda.