As ações da Petrobras despencam mais de 10% nesta sexta-feira (8) na bolsa de valores de São Paulo, a B3. O tombo já era esperado desde a noite passada, quando a estatal divulgou seus resultados de 2023. Mas não foi o lucro menor da companhia que provocou esse baque no mercado, mas sim a decisão de não fazer distribuição extraordinária de dividendos.
O dividendo é a parte do lucro que é distribuída entre os acionistas, inclusive o próprio governo, que é o maior deles. Quando o investidor compra a ação, projeta quanto receberá de dividendos. A decisão da Petrobras de distribuir apenas o mínimo e deixar o restante em uma reserva frustrou o mercado financeiro.
O presidente da Petrobras, Jean Paul Prates, já havia alertado que a política de dividendos mudaria. Na ocasião, a ação da estatal já derreteu um bocado. Porém, se apostou que isso seria reconsiderado ou, no mínimo, não feito de imediato. Há, inclusive, o rumor de que um diretor da empresa falou a grandes gestoras de investimentos que haveria, sim, dividendo extraordinário ainda neste balanço.
Prates tem dito que a Petrobras investirá com força na transição energética para combustíveis renováveis. Isso exige dinheiro. Por enquanto, o dividendo que não será distribuído irá para uma reserva que está vinculada a esta destinação, ou seja, o valor teria que ir para os acionistas em algum momento. Porém, essa política pode vir a ser alterada. Enquanto isso, bancos já reduzem a recomendação de compra das ações da Petrobras.
Acompanhe mais informações. A teleconferência com acionistas está ocorrendo agora. A coluna segue sendo atualizada.
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Coluna Giane Guerra (giane.guerra@rdgaucha.com.br)
Com Vitor Netto (vitor.netto@rdgaucha.com.br e Guilherme Gonçalves (guilherme.goncalves@zerohora.com.br)
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