Um grupo de 11 bancos americanos, incluindo JPMorgan Chase, Citigroup e Bank of America, irá injetar um total de US$ 30 bilhões (cerca de R$ 155 bilhões) no First Republic Bank, com sede em São Francisco. A ação de socorro ocorre em meio a temores do mercado em relação à saúde financeira da instituição, que tem foco no segmento privado e de gestão de fortunas, depois da quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e do Signature Bank.
Na linha de frente da medida, estão nomes como Bank of America, Citigroup, JPMorgan Chase e Wells Farg, que vão contribuir com um depósito não segurado de US$ 5 bilhões cada.
Já o Goldman Sachs e o Morgan Stanley vão fornecer em conjunto US$ 5 bilhões, seguidos de BNY Mellon, PNC Bank, State Street, Truist e U.S. Bank, com a injeção de US$ 1 bilhão cada.
Os bancos afirmam, em comunicado publicado em conjunto, que o socorro ao First Republic Bank reflete a "confiança" das instituições no sistema bancário dos Estados Unidos.
"Bancos regionais, de médio e pequeno portes, são essenciais para a saúde e o funcionamento de nosso sistema financeiro", afirmam no documento. Também em nota, o First Republic disse que "está focado em reduzir seus empréstimos e avaliar a composição e o tamanho de seu balanço daqui para frente".
A notícia ajudou a acentuar a alta das bolsas em Nova York na quinta-feira (16). Os papéis do First Republic Bank apresentaram ganhos de mais de 10% no encerramento do pregão em Wall Street, revertendo parte das perdas recentes, de mais de 70% no último mês.
Órgãos reguladores do sistema financeiro dos EUA apoiaram o socorro de pesos-pesados ao banco de São Francisco.
Credit Suisse
Do outro lado do Atlântico, o Credit Suisse anunciou que terá apoio de uma linha de até 50 bilhões de francos suíços (US$ 53,78 bilhões ou quase R$ 285 bilhões), do Banco Nacional da Suíça (SNB).
As bolsas da Europa fecharam a quinta em alta com o anúncio da operação de ajuda, deixando para trás as quedas registradas na véspera. Em Londres, o FTSE 100 fechou em alta de 0,89%; o índice DAX, em Frankfurt, subiu 1,57%%; já o CAC 40, em Paris, avançou 2,03%; e o FTSE MIB, em Milão, fechou em alta de 1,38%. No Brasil, o mercado também teve um dia menos tenso. O Ibovespa subiu 0,74% (103,4 mil pontos), enquanto o dólar caiu a R$ 5,2398 (-1,03%).
Analistas do JPMorgan consideraram insuficiente o suporte de liquidez ao Credit Suisse e disseram que a venda do banco — "especialmente ao UBS" — seria o "mais provável" de três cenários desenhados por eles.
"Acreditamos que a situação do Credit Suisse é sobre problemas contínuos de confiança do mercado com sua estratégia de banco de investimento e erosão contínua da franquia", disseram eles, em nota a clientes.