Desde que estourou o caso envolvendo o rombo bilionário no caixa da Americanas, as queixas de consumidores nos órgãos de defesa ou portais de internet têm se avolumado a cada dia. A maior parte das reclamações é referente a atrasos nas entregas e falta de respostas por parte da rede.
Na manhã desta sexta-feira (20), eram mais de 50 novos registros no site Reclame Aqui. As postagens mais recentes incluem reclamações por demora na entrega dos produtos, compras canceladas por falta de estoque, itens com defeito e problemas com estorno.
“Fiz o pedido de uma geladeira Panasonic no dia 04/01 e a previsão de entrega 17/01. Até o momento não recebi”, diz um dos comentários.
Outros reclamam de transtornos para efetuar trocas de produtos com defeitos ou para reaver o valor de compras que deram errado. “Fiz uma compra no site e a entrega simplesmente não foi cumprida por 3 vezes, com 3 prazos prorrogados. Pedi o estorno e após vir aqui no Reclame Aqui cobrar cancelaram o pedido. Segunda fatura subsequente e segunda parcela paga e NADA do estorno constar na minha fatura”, relatou outro cliente.
Não é possível saber, pelos comentários, se as reclamações se tratam de produtos vendidos diretamente pelas Americanas ou por lojas que apenas utilizam o marketplace da marca.
A reportagem consultou entidades do varejo que atuam no Rio Grande do Sul, e elas disseram que, até o momento, não há registro de problemas por parte de empresas gaúchas que utilizam a plataforma das Americanas para vender produtos.
O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (IDEC) reforça que o processo de recuperação judicial da empresa não afeta os direitos previstos no Código de Defesa do Consumidor. Ou seja, a Americanas segue tendo obrigação de garantir todos os direitos aos clientes, mesmo em meio à crise fiscal.
Na semana passada, o Procon-SP notificou a Americanas para saber quais impactos a crise fiscal pode ter sobre as compras dos consumidores. A empresa também terá de responder se as reclamações dos últimos 90 dias estão associadas ao rombo noticiado. No Procon-RS, a avaliação é de que situações como essas demoram a aparecer nos registros de reclamações.
Como há garantia legal, os órgãos de defesa afirmam que os consumidores podem seguir comprando nas lojas da rede. Mas orientam que sejam observadas as políticas e os prazos praticados pelas lojas para evitar incomodações em caso de problemas.