A Justiça do Rio de Janeiro aceitou, na quinta-feira (19), o pedido de recuperação judicial da Lojas Americanas. A empresa informa que o valor total de sua dívida é de cerca de R$ 43 bilhões e que conta com 16,3 mil credores.
Na semana passada, a descoberta de inconsistências contábeis no balanço fiscal do grupo — no valor de R$ 20 bilhões — resultou no pedido de demissão do presidente Sérgio Rial e do diretor de relações com investidores André Covre.
A recuperação judicial da Americanas é a quarta maior da história do Brasil. Em termos de valores, a maior registrada até agora é a da Odebrecht, que iniciou o processo com dívidas de R$ 80 bilhões.
O que é recuperação judicial?
É uma opção jurídica que empresas adotam para tentar superar crises financeiras, com a possibilidade de renegociar dívidas e, ao mesmo tempo, manter operações e empregos. Por meio dos pedidos, busca-se evitar falência.
Como é solicitada?
Depois de a empresa encaminhar o pedido à Justiça, a documentação é avaliada por juiz. Com a solicitação aceita, a companhia tem prazo de proteção de 180 dias contra execuções de credores.
Em 60 dias, deve apresentar o plano de como tentará sair da crise financeira. Para seguir em frente, o documento depende de aprovação em assembleia geral de credores. Caso receba a chancela na reunião, é encaminhado para homologação.
E as dívidas?
As condições dos pagamentos devem constar no plano de recuperação. O texto deve apresentar todas as medidas – como parcelamentos e vendas de ativos – para a empresa conseguir gerar caixa e tentar superar a crise financeira.
O que acontece se a empresa não tiver o plano aprovado?
É decretada a falência.