O ministro da Economia, Paulo Guedes, disse nesta quinta-feira (1º) que a economia brasileira já cresceu no primeiro semestre do ano o equivalente à projeção mais otimista do mercado para o acumulado de 2022. As declarações foram dadas durante evento organizado pelo Instituto Unidos Brasil, em São Paulo.
— E é claro que nós vamos crescer mais — acrescentou.
Guedes comentava o desempenho do Produto Interno Bruto (PIB) do país, que cresceu 1,2% no segundo trimestre. O ministro disse ter discutido rapidamente nesta quinta com o Banco Central (BC) a possibilidade de o PIB brasileiro crescer até 3,0% este ano. A mediana do mercado para o PIB de 2022 saltou de 2,0% para 2,7% após os dados do segundo trimestre.
Durante a sua fala, Guedes afirmou que o país continua gerando emprego e renda e repetiu a afirmação de que os dados contrariam narrativas negativas sobre o país.
— Vamos continuar diferenciando narrativas políticas dos fatos econômicos — pontuou.
— Por que eles estão errando tanto essas previsões? Porque eles estão com o modelo antigo — comentou, afirmando que o governo Jair Bolsonaro (PL) tem "alterado o eixo" do Estado e substituído um antigo modelo intervencionista no país.
Segundo ele, as projeções do mercado para 2022 devem crescer para 2,5% a 3,0%. Ele afirmou que os economistas vão errar quando "rolarem a desgraça para o ano que vem", esperando um PIB mais fraco em 2023.
EUA
O ministro da Economia disse ainda que as projeções de crescimento dos Estados Unidos devem ser revistas para baixo e as expectativas para a inflação do país, para cima. Segundo Guedes, trata-se de um movimento oposto ao observado no Brasil.
— Lá fora, estamos entrando em um período muito difícil e que vai levar muito tempo — alegou.
Comparando Brasil e EUA, Guedes disse que o mercado de trabalho brasileiro tem se recuperado mais rapidamente do que o mercado de trabalho americano. Segundo o ministro, o país gerou 15,7 milhões de vagas nos últimos dois anos, contra cerca de 12 milhões nos EUA.
Guedes disse ainda que o Brasil teve um "desempenho muito superior ao que fizeram lá fora" na saída da pandemia.
Ele afirmou que outros países continuam "atrás da curva" e com crescimento do déficit. Em contrapartida, disse que o país deve ser um dos únicos com superávit primário este ano.
— É o Brasil e Singapura, que é uma cidade-Estado — completou.
"Ligeiro desvio de verbas"
O ministro afirmou que a economia do país quebrou em governos anteriores por um "ligeiro desvio de verbas". Durante a fala, ele disse que pretendia se referir ao problema "elegantemente", devido à campanha eleitoral. Guedes exaltou a própria gestão à frente da economia, sobretudo na área fiscal. De acordo com ele, o desenho da arquitetura fiscal do país "nunca foi tão bom".
Comparando o Brasil a outros países latino-americanos governados pela esquerda, Guedes disse que economias como Argentina e Chile escolheram "o caminho da miséria", enquanto o modelo liberal ofereceria o "caminho da prosperidade." O ministro disse que, durante a pandemia de covid-19, o país fez o que outros países fazem em "tempos de guerra", priorizando gastos.
Ele afirmou ainda que a economia brasileira começava a decolar quando foi atingida pelo vírus, no início de 2020. Mais cedo, Guedes disse que as ações tomadas pelo governo durante a pandemia foram capazes de preservar 11 milhões de empregos e permitiram que o país voltasse "do fundo do poço".
— O Brasil, quando começa a se levantar, vem uma onda enorme e derruba o país de novo — finalizou