Previsto para ir a leilão ainda no primeiro semestre deste ano, o arrendamento do terminal da antiga Companhia Estadual de Silos e Armazéns (Cesa), no cais de Porto Alegre, tem nova previsão de data. A expectativa é de que o certame aconteça no primeiro trimestre de 2023.
Inicialmente, a área seria leiloada em outubro do ano passado, em rodada que licitou outros dois terminais portuários brasileiros. Mas o imóvel na Capital acabou sendo retirado do pacote.
Conforme informou o Ministério da Infraestrutura à reportagem de GZH na época, a retirada se deu para ajustes no projeto, prevendo nova tentativa no começo de 2022, que também não se confirmou.
O arrendamento é aguardado pela Portos RS, responsável pela área. De acordo com a empresa pública, que administra todo o sistema hidroportuário do Rio Grande do Sul, a licitação está em fase de adequação do termo de referência e de identificação de potenciais usuários.
Atualmente, o terminal está desativado e necessita de investimentos para operar. A Portos RS estima que seriam necessários R$ 17 milhões para regularização do local, seja em obras de alvenaria ou substituição e compra de novos equipamentos.
Segundo a empresa pública, a situação do local já era bastante crítica na época da antiga Cesa. Na terça-feira (12), a equipe de GZH esteve no espaço e observou o abandono do prédio. Telhas, tábuas e pedaços de concreto estão caídos ao lado da construção, às margens do Guaíba.
A área onde fica o prédio está localizada no Cais Navegantes, entre a Estação Rodoviária de Porto Alegre e a antiga ponte do Guaíba. O terminal é destinado para movimentação e armazenagem de granéis sólidos de origem vegetal e tem capacidade para 18,7 mil toneladas de carga. A previsão de movimentação estimada é de 225 mil toneladas ao ano.
A licitação do terminal está sendo projetada para um contrato de 10 anos, com possibilidade de renovação. A receita ao investidor que arrendar a área é estimada pelo Estado em R$ 80 milhões, sobretudo pelo potencial logístico.
— A área tem um potencial gigantesco porque está localizada na Capital, em um raio de 150 quilômetros onde 55% do PIB do Estado está localizado. Temos muitas empresas de grãos que atuam na região, algumas até na área retro portuária do porto, então vemos o terminal da Cesa como um grande concentrador de cargas em direção ao próprio porto de Rio de Grande — avalia Bruno Almeida, assessor da presidência da Portos RS.