Educação é a única dimensão do Índice de Desenvolvimento Estadual — Rio Grande do Sul (iRS) na qual o Rio Grande do Sul mudou de posição no ranking em 2019. O Estado subiu quatro degraus, saindo da 16ª para a 12ª colocação. Mesmo com a melhora, ainda segue no segundo pelotão (entre as 27 unidades da federação), distante do quinto lugar (nessa dimensão) que chegou a ocupar no início da série histórica em 2007.
A mudança de patamar ocorre após o índice subir de 0,585, em 2018, para 0,611 em 2019 — último ano com dados completos disponíveis. O salto é maior do que o registrado na média brasileira, que passou de 0,616 para 0,626 no mesmo período.
Professora da Escola de Negócios da PUCRS e também pesquisadora da equipe que elabora o iRS, Izete Pengo Bagolin afirma que a melhora em educação no Estado ocorre, principalmente, em razão de avanços na taxa de distorção idade-série no Ensino Médio, que caiu de 34,7% para 29,9%, e na nota da Prova Brasil, que subiu de 6,291 para 6,434.
— O Estado melhorou nos indicadores em relação a si mesmo. Essa mudança de posição de 16º para 12º merece destaque — diz Izete.
A pesquisadora projeta que a educação terá desafios adicionais no futuro, com os efeitos da pandemia em 2020 e 2021. Izete estima impactos nas matrículas em razão da evasão escolar e na distorção (idade/série) escolar. O tamanho do efeito em cada Estado vai depender das ferramentas utilizadas pelos governos durante a crise sanitária no setor, avalia.
O professor Sani Cardon, da Escola de Humanidades da PUCRS e mestre e doutor em Educação, afirma que é difícil identificar os motivos que podem explicar essa leve melhora em educação, pois o Estado não fez grandes movimentos para avançar na área nos últimos anos, permanecendo longe das metas. Alguma mudança pontual no início do atual governo gaúcho pode ter influenciado esse esboço de reação, segundo o especialista. Cardon afirma que o Estado precisa melhorar em pautas da área para retornar ao primeiro pelotão.