Os resultados da oitava edição do Índice de Desenvolvimento Estadual – Rio Grande do Sul trazem alento e alerta (veja o especial com todos os dados clicando aqui). O alento é mostrar que, fazendo pouco, já dá resultado. O alerta é que ainda precisamos fazer muito.
Os gaúchos recuperaram uma posição no ranking de qualidade de vida, depois de anos de queda ou de estagnação, com pequenas melhoras na educação. E se tivéssemos feito muito?
Embora o indicador esteja na oitava edição, quando surgiu já veio com o que chamamos informalmente de "cálculo para trás", ou seja, como seria o resultado se tivesse existido antes. Ao olhar do dados no detalhe, é possível facilmente entender que ainda seguimos devedores do nosso passado. A educação já foi melhor, a segurança também, o mesmo ocorre com o padrão de vida, os três pilares do iRS.
Não se trata de saudosismo. Ninguém quer voltar ao passado. A comparação é necessária para a disputa que mais importa: sermos melhores do que nós mesmos. O Estado deu passos importantes. Venceu longos anos de atrasos salariais para enfim pagar em dia seus servidores. Tirou a palavra "inovação" da teoria e a colocou em prática em várias cidades gaúchas.
Mas a melhora muito discreta em um segmento tão importante quanto a educação grita mais como alerta do que como alento, porque tem dados de um ano anterior à pandemia. Em 2020, que será aferido na nona edição do iRS, demos muitos passos atrás. Muitas crianças e jovens ficaram para trás, especialmente nas escolas públicas. Como vamos seguir à frente sem dar condições para que nos alcancem?
Sempre que o Rio Grande do Sul compete por projetos ou investimentos, um grande diferencial deste território na ponta do Brasil é a qualidade de mão de obra. Dar uma educação de qualidade significa também criar melhores expectativas para o padrão de vida (mais anos de estudo, melhor perspectiva salarial) e de segurança. O que vamos fazer hoje pela educação?