A inflação acelerou na região metropolitana de Porto Alegre em setembro. Na comparação com o mês anterior, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) cresceu 1,53%, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), divulgados nesta sexta-feira (8). O avanço da Grande Porto Alegre é maior do que o registrado no país no mesmo período, de 1,16%.
No acumulado do ano, o IPCA ficou em 7,79% com a nova atualização. Já em 12 meses, o indicador permanece na casa dos dois dígitos, subindo para 11,35%. Em ambos os recortes, a região metropolitana da Capital está na frente dos números nacionais.
Sete dos nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram aceleração no IPCA da Região Metropolitana. A maior elevação ficou por conta de habitação, que avançou 3,69%. Dentro desse segmento, o destaque é a energia elétrica residencial (8,67). Com a crise hídrica sem dar trégua, a conta de luz segue pressionando o orçamento das famílias. Apenas educação e comunicação apresentaram desaceleração.
O aumento de preços na habitação puxado pela energia elétrica também é um retrato da situação no país. O IBGE lembra que, em setembro, começou a valer a bandeira tarifária “escassez hídrica”, que acrescenta R$ 14,20 na conta de luz a cada 100 kWh consumidos. No mês anterior, vigorou a bandeira vermelha patamar 2, que prevê acréscimo menor, R$ 9,49.
“Essa bandeira foi acionada por conta da crise hídrica. A falta de chuva tem prejudicado os reservatórios das usinas hidrelétricas, que são a principal fonte de energia elétrica no país. Com isso, foi necessário acionar as termelétricas, que têm um custo maior de geração de energia. Assim, a energia elétrica teve de longe o maior impacto individual no índice no mês, com 0,31 ponto percentual, acumulando alta de 28,82% em 12 meses”, afirma o gerente do IPCA, Pedro Kislanov, em comunicado.
País
A inflação no país fechou setembro com alta de 1,16%, ante um avanço de 0,87% em agosto. Em setembro de 2020, a alta havia sido de 0,64%. É o maior avanço para o mês desde setembro de 1994.
A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 6,90%. Em 12 meses, o resultado foi de 10,25%. É a primeira vez que o indicador chega na casa dos dois dígitos em cinco anos. O índice segue acima do teto da meta para 2021: 5,25%.