A inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) fechou setembro com alta de 1,16%, ante um avanço de 0,87% em agosto, informou na manhã desta sexta-feira (8) o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Em setembro de 2020, a alta havia sido de 0,64%. É o maior avanço para o mês desde setembro de 1994.
A taxa acumulada pela inflação no ano ficou em 6,90%, segundo o IBGE.
Entretanto, em 12 meses, o resultado foi de 10,25%, dentro das projeções dos analistas, que iam de 10,20% a 10,91%, com mediana de 10,34%.
No mês de setembro, houve alta de preços em oito dos nove grupos que integram o IPCA. A única deflação ocorreu em educação (-0,01%).
As famílias gastaram mais com alimentação e bebidas (1,02%), habitação (2,56%), artigos de residência (0,90%), vestuário (0,31%), transportes (1,82%), despesas pessoais (0,56%), comunicação (0,07%) e saúde e cuidados pessoais (0,39%).
A alta da energia elétrica (6,47%) teve peso significativo no desempenho do segmento de habitação. Já em transportes a principal pressão veio de combustíveis: aumento de 2,43% — a gasolina subiu 2,32%, enquanto o etanol aumentou 3,79%. O gás veicular teve alta de 0,68%, e o óleo diesel, 0,67%. As passagens aéreas subiram 28,19% em setembro, enquanto os transportes por aplicativo aumentaram 9,18%.
O consumidor também pagou mais pelos automóveis novos (1,58%), automóveis usados (1,60%) e motocicletas (0,63%), que contribuíram conjuntamente com 0,08 ponto percentual para o IPCA de setembro. Os ônibus intermunicipais tiveram alta de 0,19%, devido a reajustes em Fortaleza.
A alimentação no domicílio desacelerou o ritmo de alta de 1,63% em agosto para 1,19% em setembro. As famílias pagaram mais pelas frutas (5,39%), café moído (5,50%), frango inteiro (4,50%), frango em pedaços (4,42%), batata-doce (20,02%), batata-inglesa (6,33%), tomate (5,69%) e queijo (2,89%).
Por outro lado, houve recuo nos preços da cebola (-6,43%), pão francês (-2%), arroz (-0,97%) e carnes (-0,21%, após sete meses consecutivos de altas, acumulando aumento 24,84% nos últimos 12 meses). A alimentação fora do domicílio desacelerou de 0,76% em agosto para 0,59% em setembro. O lanche fora de casa recuou 0,35% em setembro, mas a refeição teve alta de 0,94%.
Houve aumentos ainda nos preços da cerveja (1,32%) e do refrigerante e água mineral (1,41%).
Segundo o instituto, todas as 16 áreas pesquisadas apresentaram altas de preços em setembro. O resultado mais brando foi o de Brasília (0,79%), enquanto a maior taxa ficou com Rio Branco (1,56%).
O IPCA acumulado em 12 meses já alcança dois dígitos, ou seja, chegou ou ultrapassou a marca de 10%, em 10 regiões: Vitória (11,52%), Curitiba (13,01%), Goiânia (10,29%), Campo Grande (11,25%), São Luís (11,27%), Porto Alegre (11,35%), Rio Branco (12,37%), Fortaleza (11,19%), Belo Horizonte (10,30%) e Recife (10%).
O índice de difusão do IPCA, que mostra o porcentual de itens com aumentos de preços, passou de 72% em agosto para 65% em setembro, segundo o IBGE. A difusão de itens alimentícios saiu de 72,02% em agosto para 64% em setembro, enquanto a difusão de itens não alimentícios passou de 71,77% para 66%.