O presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, avaliou nesta segunda-feira (4) que a expectativa é a de que o IPCA, o índice oficial de inflação, alcance o pico em 12 meses em setembro. Segundo Campos Neto, a inflação no nono mês do ano ainda deve ser alta, com o tema da energia.
— Há persistência na inflação. Por isso temos sido mais incisivos nos juros — disse, em participação de evento na Associação Comercial de São Paulo (ACSP).
Ele ressaltou que há um problema global na inflação de energia, mas reconheceu que o Brasil é um destaque.
O presidente do BC afirmou que vale ressaltar o comportamento do preço da gasolina no país, uma vez que seguiu subindo com a cotação internacional estável. Segundo Campos Neto, aqui, o preço é influenciado também pelo etanol e pelo valor do frete.
Campos Neto ainda ressaltou que a inflação ao consumidor no Brasil está entre as mais altas no mundo, mas os preços de serviços ainda estão mais baixos na comparação com outros países.
O presidente do BC, porém, reconheceu que já começou a aparecer um repasse represado no setor de serviços.
— Os preços de serviços estão subindo, com a reabertura. Estamos monitorando de perto.
Curva de juros
Campos Neto afirmou que as taxas de juros longas voltaram a subir muito, em parte pelas preocupações fiscais, e que isso traz preocupação, uma vez que as taxas mais longas são importantes para projetos estruturantes.
— O Brasil tem um prêmio na curva muito alta. É a curva mais inclinada de juros. Um pouco está ligada ao fiscal. Eu acho que tem um tema de incerteza de curto prazo que deve arrefecer em breve.