A CPFL Energia assumiu, oficialmente, o controle do braço de distribuição da CEEE, a CEEE-T. A assinatura do contrato foi realizada em cerimônia no Palácio Piratini, na manhã desta quinta-feira (14). A empresa arrematou a estatal gaúcha, em leilão realizado em julho, por R$ 2,67 bilhões.
O grupo pretende investir R$ 1,5 bilhão na nova operação adquirida no Rio Grande do Sul nos próximos cinco anos. Até 2025, a empresa prevê investimentos totais de R$ 15,2 bilhões nas operações de todo o grupo.
– A gente vive hoje um período de escassez hídrica, e a expansão da malha de transmissão é fundamental para garantir o suprimento de energia elétrica no Brasil. A malha de transmissão mais do que dobrou nos últimos 20 anos, e hoje são mais de 145 mil quilômetros de linha – afirmou o presidente da CPFL, Gustavo Estrella.
A CPFL é controlada pela chinesa State Grid e é também responsável por 77% do suprimento de energia no Rio Grande do Sul com distribuição por meio da RGE, atendendo a cerca de 3 milhões de clientes. A participação no mercado nacional é de 4%.
– A CEEE-T, não só pelo seu tamanho, mas pela importância estratégica, a gente entende que ela ajuda, de uma maneira otimizada, a distribuir energia por todo o nosso país, e é percebendo o tamanho desta responsabilidade que assumimos esse ativo a partir de hoje. Vamos cumprir a missão de entregar energia de qualidade, sustentável, acessível e confiável – acrescentou Estrella.
O governador Eduardo Leite destacou a agenda de privatizações do seu governo para garantir investimentos necessários no Estado. Vendidas a CEEE-D e a CEEE-T, o próximo passado é a privatização da geradora de energia da CEEE, a CEEE-G. O edital deverá ser publicado até o fim do ano. A CPFL demonstrou interesse também pela geradora.
– Somos o Estado que mais rapidamente avança em privatizações no Brasil. As obras dos investimentos que serão feitos pelas empresas privatizadas vão significar emprego e movimentação da nossa economia. Reformamos o Estado para ele demandar menos dos impostos para sustentar as atividades nas despesas correntes e geramos investimentos privados que são de interesse da sociedade – afirmou o governador.
Falando em português, o chinês Bo Wen, presidente do conselho de administração da CPFL, considerou a passagem do controle da CEEE-T um momento histórico, citando o potencial gaúcho para desenvolvimento econômico, especialmente no setor elétrico. A cordialidade no idioma foi retribuída pelo presidente do Grupo CEEE, Marco Soligo, que arriscou umas palavras em chinês para dar as boas-vindas ao grupo que agora assume a ex-estatal.
Mais privatizações
Na próxima semana, está marcado para acontecer o leilão da Sulgás. A terceira estatal a ser vendida neste ano pelo governo gaúcho terá preço mínimo de R$ 927,8 milhões.
O secretário do Meio Ambiente e Infraestrutura, Luiz Henrique Viana, afirmou que a agenda de privatizações é responsável por criar um ambiente “que está fazendo o Estado crescer”.
– Desde o início do ano já se nota, e o primeiro semestre foi a comprovação, de que o Estado tem condições de voltar a ser aquilo que nós esperamos – disse Viana.
A expectativa do governo é que o certame desperte interesse do setor privado e tenha boas ofertas.
– A Sulgás tem uma complexidade adicional que é a participação da Gaspetro (associação entre a Petrobras e a japonesa Mitsui) nas ações, que torna a governança um pouco mais complexa. Mesmo assim, observamos um real interesse de diversas empresas e temos uma boa expectativa para a venda na próxima semana – projetou Leite.