O presidente da CPFL, Gustavo Estrella, disse que a nova controladora vai investir R$ 1,5 bilhão em cinco anos na CEEE-T. Para comparar, afirmou que, hoje, o volume de aportes anuais no braço de transmissão de energia é de R$ 95 milhões. Estrella falou da expectativa de investimento em coletiva de imprensa logo após bater o martelo e arrematar a transmissora gaúcha por R$ 2,7 bilhões, na manhã desta sexta-feira (16), na B3.
Como em cinco anos o montante atual somaria R$ 475 milhões, a promessa é mais do que triplicar o volume de investimento na empresa. Estrella não chegou a dar detalhes sobre os focos desses projetos, mencionando apenas que seriam em "expansão e melhoria de rede", inclusive com a substituição de estruturas antigas e já depreciadas.
— Sempre acreditamos na dobradinha de boa capacidade de operação aliada à capacidade de investimento. A fórmula é a mesma que pretendemos usar na CEEE-T — disse Estrella.
Com a aquisição, a CPFL passa a controlar cerca de 6 mil quilômetros e 77 subestações, que somam potência instalada própria de 10,5 mil MVA. A empresa já controla dois terços da atividade de distribuição de energia elétrica no Rio Grande do Sul por meio da RGE. Ainda no ramo da transmissão, o grupo venceu, em 2018, a disputa pelos lotes 5 e 11 do quarto leilão de transmissão realizado pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), adquirindo subestações e linhas em Santa Catarina e no Rio Grande do Sul.
O presidente da empresa afirmou que o objetivo é trabalhar em sinergia com as operações no Estado, frisando que a CEEE-T está sendo herdada com bons indicadores operacionais. Segundo Estrella, a RGE fechou 2020 com os melhores indicadores de qualidade da história da companhia.
A CPFL, que é controlada pela chinesa State Grid, venceu o leilão de privatização da CEEE-T com lance que teve ágio de 57,13%. A venda da transmissora tinha valor mínimo de R$ 1,699 bilhão. Segundo o governador Eduardo Leite, os recursos devem ser depositados em 90 dias. A transferência total do controle da CEEE-T para a CPFL deve acontecer a partir de outubro.
Seis proponentes tiveram interesse pela companhia gaúcha no leilão. A alienação foi realizada por meio de lote único de 6.381.908 ações nominativas de emissão da CEEE-Par, que representam 66% do capital social total da CEEE-T. O restante pertence à Eletrobras.