A ministra da Agricultura, Tereza Cristina, disse nesta quarta-feira (23), em entrevista ao Gaúcha Atualidade, que os preços da carne e dos grãos, especialmente o do milho, dificilmente voltarão ao nível pré-pandemia.
— Essa pandemia desarrumou muita coisa, não só aqui no Brasil, no que diz respeito ao agronegócio. Além disso, o custo de produção aumentou muito, portanto, a redução (dos preços), acredito que vá ocorrer, não será muito significativa.
Preço do milho
Questionada se o governo estuda alguma medida para controlar o valor do milho, a ministra declarou que não tem uma "carta na manga".
— Nós trabalhamos numa economia de livre mercado, portanto, trata-se de uma regulação entre importação e exportação. A gente acredita que, com a liberação para a importação do milho, o mercado vá se ajustar, mas claro, vai demorar para chegar na gôndola do supermercado (a redução).
Com o milho mais caro, a cadeia produtiva de aves e suínos também acaba tendo o custo elevado — o que chega aos consumidores. Apesar disso, a ministra frisou que não haverá desabastecimento no país.
Tereza Cristina disse esperar uma rápida recuperação da produção de milho, afetada, segundo ela, por uma forte estiagem no Paraná, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, grandes produtores do grão no país.
Plano Safra
Com um investimento de R$ 251,2 bilhões, o novo Plano Safra foi apresentado na última terça-feira (23). São R$ 14,9 bilhões a mais do que no pacote anterior, porém houve aumento da taxa de juros, seguindo os reajustes da Selic. Produtores familiares e práticas sustentáveis serão o principal foco deste novo pacote. A taxa maior ficará para o juros na aquisição de máquinas.