Em entrevista à GloboNews na noite desta quinta-feira (3), o presidente da Câmara dos Deputados, Rodrigo Maia (DEM-RJ), afirmou que a interlocução com o ministro da Economia, Paulo Guedes, foi "encerrada" porque o chefe da equipe econômica do governo teria proibido membros do seu time de conversar com ele.
— Eu não tenho conversado com o ministro Paulo Guedes. Ele tem proibido a equipe econômica de conversar comigo. Ontem, a gente tinha um almoço com o Esteves (Colnago, assessor especial) e com o secretário do Tesouro (Bruno Funchal) para tratar do Plano Mansueto, e os secretários foram proibidos de ir à reunião. Então, decidi que a relação da presidência da Câmara será com o ministro Ramos, e o ministro Ramos conversa com a equipe econômica, para não criar constrangimento mais para ninguém. Mas isso não vai atrapalhar os nossos trabalhos, de forma nenhuma — declarou Maia ao canal de notícias.
Quando questionado se isso era o fim da interlocução com o ministro Paulo Guedes, Maia concordou:
— Foi encerrada a interlocução.
O deputado, entretanto, fez questão de ressaltar que isso não era uma ruptura com a equipe econômica do governo.
— Como ele (Guedes) não é político, ele tem pouca experiência na articulação política. O deputado Ricardo Barros (líder do governo na Câmara) tem muita experiência, o senador Eduardo Gomes (líder do governo no Congresso) tem muita experiência. O ministro Ramos está aprendendo rápido. Mas já aprendeu, já avançou bem. Então, eu não acho que a participação do ministro (Guedes), pelo menos não comigo, claro que ele vai articular com os líderes dos partidos da base, mas acho que não tira nenhum tipo de eficiência — comentou.
No final da tarde desta quinta, o governo fez a entrega simbólica do projeto de reforma administrativa ao Congresso Nacional.
O ministro da Secretaria-Geral da Presidência, Jorge Oliveira, fez a entrega simbólica da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) ao presidente da Câmara. Ele estava acompanhado dos líderes do governo Ricardo Barros (PP-PR), na Câmara, e Eduardo Gomes (MDB-TO), no Congresso.
— Em nome de Bolsonaro, é uma honra entregar a reforma nas mãos de Maia — disse Oliveira. — Assim como a reforma previdenciária, essa proposta será analisada no tempo do Congresso — completou.