O secretário especial de Fazenda do Ministério da Economia, Waldery Rodrigues, disse nesta quinta-feira (2) que o governo está trabalhando em um novo marco do trabalho, com redução de custos para contratação. Nas últimas semanas, o ministro da Economia, Paulo Guedes, tem dito que quer retomar o projeto da carteira verde amarela, regime com menor incidência de encargos trabalhistas.
— Medidas para o emprego ainda estão sendo desenhadas e serão comunicadas brevemente — afirmou.
Em entrevista coletiva virtual, o secretário disse que o governo retomará a agenda de reformas assim que a pandemia sair da "parte mais aguda".
Ele afirmou que o governo vem trabalhando em uma reforma tributaria com "redução de complexidade" e citou como parte da agenda marcos legais para o setor de petróleo e gás, ferrovia, cabotagem e energia, além da lei de falências e autonomia do Banco Central.
De acordo com o secretário, o governo ainda está discutindo a prorrogação no benefício emergencial, programa que permite suspensão e redução de contratos de trabalho, e que o impacto no déficit primário será divulgado quando detalhes forem fechados.
Déficit do setor público
Nesta quinta-feira, o Ministério da Economia revisou os números e passou a prever um déficit do setor público em 2020 de R$ 828,6 bilhões, o equivalente a 12% do Produto Interno Bruto (PIB). Em maio, a estimativa era de resultado negativo de R$ 708,7 bilhões (9,9% do PIB).
Os dados divulgados nesta quinta-feira (2) consideram que a economia terá retração de 6,5% neste ano – a pasta utilizou a projeção para o PIB do Boletim Focus. Nesse cenário, o déficit do governo central em 2020 é estimado em R$ 795,6 bi (11,5% do PIB). O impacto primário das medidas relacionadas ao combate à pandemia é projetado em 7,5% do PIB.