Já impactado pela pandemia de coronavírus, o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 1,5% no primeiro trimestre de 2020 frente ao período composto pelos três meses imediatamente anteriores. Em valor corrente, a soma de todas as riquezas do país atingiu R$ 1,803 trilhão. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira (29) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado representa a primeira queda após quatro trimestres e, segundo o IBGE, foi influenciado pela pandemia e pela redução da atividade econômica após a adoção de medidas de distanciamento social a partir de março.
-Tivemos um choque de oferta e de demanda. No momento em que se fecharam empresas, isso impacta a oferta. Ao mesmo tempo, o cenário de incerteza na economia impacta o consumo das famílias - explica Claudia Dionísio, gerente de Contas Nacionais do IBGE.
Entre janeiro e março, o setor de serviços, principal motor da economia brasileira, teve o pior resultado, com retração de 1,6%. Já na indústria o tombo foi de 1,4%. Apenas a agropecuária foi na contramão, com expansão de 0,6%
Pelo lado da demanda, o destaque negativo ficou por conta do consumo das famílias, que apresentou queda de 2%. É o maior recuo desde 2001, aponta o IBGE. Por outro lado, os investimentos privados (formação bruta de capital fixo) cresceram 3,1%, puxados pela importação de máquinas e equipamentos pelo setor de petróleo e gás. O consumo do governo ficou estável, com avanço de 0,2%. Na balança comercial, houve queda de 0,9% nas exportações de bens e serviços e crescimento de 2,8% nas importações de bens e serviços.
Na comparação com igual período de 2019, o PIB brasileiro recuou 0,3%. No acumulado dos últimos quatro trimestres, o indicador apresenta expansão de 0,9%.