A pandemia do coronavírus intensificou o aumento do desemprego no Brasil, que chegou a 12,6% no trimestre encerrado em abril, primeiro mês com medidas de distanciamento social impostas em todo o país. Os dados são da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgados nesta quinta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Os números desta quinta representam 898 mil pessoas a mais em busca de trabalho. No trimestre anterior, terminado em janeiro, o desemprego no Brasil havia fechado em 11,2%.
Em igual período de 2019, a taxa de desemprego medida pela Pnad Contínua estava em 12,5%. No trimestre até março de 2020, a taxa de desocupação estava em 12,2%.
O primeiro óbito conhecido de covid-19 no país ocorreu no dia 17 de março. A partir daí, com o avanço da doença, o país promoveu o fechamento de bares, restaurantes e comércio como forma de combater a pandemia. Em abril, os efeitos econômicos começaram a ser sentidos com mais intensidade, já que as medidas restritivas duraram do começo ao fim do mês.
Diante desse cenário, economistas ouvidos pela agência de notícias Bloomberg esperavam desemprego de 13,4% no trimestre encerrado em abril. A projeção era parecida com a de especialistas. A LCA Consultores projetava taxa de 13%, enquanto a Tendências Consultoria esperava uma taxa de desocupação de 12,7%.
Com a pandemia em curso, o país também viveu um apagão estatístico de emprego. Os dados do Caged (sobre pessoas com carteira assinada), divulgados mensalmente, ainda não haviam sido publicados neste ano até quarta-feira (27), quando houve anúncio de que o mercado de trabalho perdeu 1,1 milhão de empregados com carteira assinada entre março e abril.
Em paralelo aos impactos econômicos sentidos diretamente no aumento do desemprego, o Brasil vem acompanhando a covid-19 se alastrar. Na quarta (27), o país registrou 1.039 novas mortes por coronavírus e 16.324 novos casos nas últimas 24 horas. Com isso, o total de óbitos é de 24.512, e de casos confirmados, 391.222.