O governo quer fechar um acordo para que agências dos Correios façam o cadastro de pessoas que queiram receber o auxílio emergencial durante a pandemia de coronavírus. O ministro da Cidadania, Onyx Lorenzoni, participou de debate com congressistas nesta quinta-feira (7) e foi questionado sobre as longas filas de espera nas agências da Caixa, que libera o pagamento de R$ 600 a trabalhadores informais, microempreendedores individuais (MEIs) e desempregados.
Segundo o ministro, a demora no atendimento nas agências já está sendo resolvida e as "filas estão em pontos residuais" do país. Deputados e senadores, porém, insistiram na necessidade de medidas para reduzir a espera, constatada, especialmente, nas grandes cidades.
Lorenzoni, então, informou que está trabalhando num acordo com os Correios para que a estatal atue no processo de registro de pessoas e verificação de dados, o que aceleraria o atendimento e liberação do auxílio emergencial.
— Exatamente para facilitar e ajudar as pessoas a fazerem o cadastramento, revisar os dados que não estão corretos — disse o ministro sobre os serviços que poderão ser feitos nas agências dos Correios.
Segundo a Caixa, foram liberados R$ 35,5 bilhões para o pagamento do benefício a 50 milhões de pessoas. No entanto, nem todos já receberam a ajuda financeira prometida pelo governo por causa da crise econômica causada pela covid-19.
Questionado sobre a possibilidade de prorrogação do programa para mais de três meses, o ministro afirmou que o assunto ainda está em avaliação pela equipe do presidente Jair Bolsonaro (sem partido).
Bolsonaro ainda não sancionou um projeto aprovado pelo Congresso que prevê a ampliação das categorias com direito ao benefício emergencial. Lorenzoni foi cobrado pelos parlamentares e prometeu que a medida será sancionada em breve, mas não deu um prazo.
No fim de abril, o presidente declarou que não pretendia ampliar para outras categorias o auxílio emergencial de R$ 600 durante o estado de calamidade decretado em decorrência da pandemia.
Dados do Ministério da Economia indicam um aumento de R$ 10 bilhões no custo do programa caso o governo estenda as categorias incluídas, como agricultores familiares e pescadores artesanais.
O projeto ainda permite a pais que criam filhos sozinhos, e não apenas mães, receberem o auxílio em dobro (ou seja, R$ 1.200), além de prever que a mãe trabalhadora informal menor de 18 anos possa receber os recursos.