As empresas da Zona Franca de Manaus concederam férias coletivas para quase 40 mil funcionários e demitiram outros 350 trabalhadores desde o início das medidas restritivas para conter o novo coronavírus. Os dados são do Sindicato dos Trabalhadores Metalúrgicos do Amazonas.
De acordo com o presidente do sindicato, Valdemir de Souza Santana, entre as empresas que pararam a produção estão Samsung, Yamaha, Honda e Gree. A Zona Franca emprega cerca de 82 mil trabalhadores, dos quais 16 mil são sindicalizados, segundo o sindicato.
Desde terça-feira (31), a Folha tenta entrar em contato com o superintendente da Zona Franca, o coronel do Exército Alfredo Menezes, mas não houve resposta até a conclusão deste texto. Próximo do presidente Jair Bolsonaro, Menezes participou de uma carreata em Manaus na última sexta-feira contra o fechamento do comércio e outras medidas restritivas. Durante o protesto, Menezes chegou a ligar para Bolsonaro do seu celular para mostrar a manifestação.
— Em primeiro lugar está a saúde do trabalhador. Os cientistas têm mais conhecimento. Ou só uma pessoa que está certa no mundo? — disse, em alusão a Bolsonaro, o presidente do sindicato, favorável às medidas restritivas.
Santana defende o uso de 5% do faturamento bruto destinado, por lei, à pesquisa e desenvolvimento para minimizar o impacto provocado pelo coronavírus na indústria.