O presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia (DEM-RJ) afirmou, neste domingo (8), que o Congresso deve agir com "medidas emergenciais" devido à piora na economia mundial. A cotação do petróleo tipo Brent abriu o pregão desta segunda-feira (9, ainda domingo no Brasil) com queda de mais de 30%, a maior desvalorização desde a Guerra do Golfo, em 1991.
"O cenário internacional exige seriedade e diálogo das lideranças do País. A situação da economia mundial se deteriora rapidamente. O Brasil não vai escapar de sofrer as consequências dessa piora global. É preciso agir já com medidas emergenciais. O Congresso está pronto para avançar com as reformas necessárias capazes de restabelecer a confiança", disse Maia no Twitter.
A semana passada terminou com a bolsa caindo 4,14% e perdendo os 100 mil pontos. O dólar chegou a ter 11 recordes consecutivos, mas fechou em uma ligeira baixa na sexta-feira, a R$ 4,634.
A fala de Rodrigo Maia também faz uma referência indireta às manifestações marcadas para o próximo domingo, 15 de março. Entre as pautas dos atos, estão ataques ao Congresso e ao Supremo Tribunal Federal (STF).
"Se agora os poderes da República agirem em harmonia e com espírito democrático, esta crise pode virar uma oportunidade de se somar forças em busca das soluções necessárias e urgentes", declarou Maia.
O presidente Jair Bolsonaro pediu, em discurso em Boa Vista (RR), que a população participe das manifestações do dia 15 e afirmou que político que tem medo de rua não serve para o cargo.
Ao tomar conhecimento da fala de Bolsonaro, o presidente do Senado Davi Alcolumbre conversou com Toffoli. Combinaram que, se houver uma manifestação, será conjunta, do Legislativo e do Judiciário, e mais dura que as anteriores. Alcolumbre demonstrou a interlocutores irritação e preocupação, e considerou o episódio deste sábado uma "situação grave".
Na sexta-feira, Rodrigo Maia afirmou que o governo Bolsonaro têm contribuído para afastar investidores do país ao criar incertezas em relação ao seu compromisso com a democracia e a defesa do ambiente.
— O próprio governo vem gerando insegurança grande para sociedade e investidores. As pessoas estão deixando de investir no país por esses problemas do meio ambiente e da questão democrática — afirmou Maia durante palestra no Instituto Fernando Henrique Cardoso (FHC) sobre reformas econômicas.
Ele citou reunião recente com investidores europeus que manifestaram impedimentos para investir no país por conta da postura do governo na área de meio ambiente.
Maia disse que o país vive um momento difícil na relação entre os Três Poderes, ao qual se somam um baixo crescimento na economia e, agora, a desaceleração global e a incerteza provocada pelo cenário externo.
— A agenda do parlamento passa a ter outra preocupação. Teremos uma reunião da equipe econômica com o Congresso para que a gente possa compreender qual o tamanho da crise, para dialogar com aqueles que têm uma cabeça racional no governo, para organizar uma pauta e um calendário que possa gerar uma sinalização importante à sociedade e aos atores econômicos — disse.