O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse nesta terça-feira (18) que a sociedade pagou a conta na reforma da Previdência e que as empresas devem arcar com eventuais custos de uma reforma tributária.
— Muitas vezes, a elite também erra, quer que a sociedade pague a conta da redução do custo de alguns setores da economia. Temos de ter a coragem de falar a verdade. Na reforma da Previdência, a sociedade pagou mais a conta do que os empresários — disse Maia durante o evento CEO Conference Brasil 2020, do banco BTG Pactual, em São Paulo.
Segundo Maia, alguns empresários "ressuscitaram o Everardo (Maciel, ex-secretário da Receita) como garoto-propaganda da CPMF".
— Se algum setor está preocupado, tem de dialogar e entender que a parte da contribuição dos empresários deve existir da mesma forma que o brasileiro também colaborou com a reforma da Previdência — afirmou.
O presidente da Câmara também disse que o governo mudou sua agenda de privatizações.
— A maior empresa que o governo vai privatizar é a Eletrobras. Não tem grandes privatizações. Quando as pessoas estão na oposição, falam que tem que privatizar Caixa, BB (Banco do Brasil) e Petrobras, mas, quando senta na cadeira, muda. Aí, a função social dos bancos é enorme — afirmou.
Maia afirmou que o Senado ainda resiste quanto à privatização da Eletrobras e que, após resolver essa questão, o assunto deve andar rápido na Câmara. Ele diz, no entanto, que a privatização dos Correios enfrenta mais resistência.
— Meu WhatsApp é mais atacado quando trato desse tema — diz ele, que defende a quebra do monopólio da estatal.