O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta sexta-feira (1º) que prefere que a reforma administrativa tenha prioridade na agenda do Congresso por acreditar ser uma medida "menos traumática".
— Está havendo um atrito aí. Uns querem a (reforma) administrativa, outros querem a (reforma) tributária. Eu dou a minha opinião porque eu acho que administrativa, como tem proposta andando na Câmara, seria menos traumática. O que o (presidente da Câmara) Rodrigo Maia, o (presidente do Senado, Davi) Alcolumbre, o nosso interlocutor, o (ministro da Economia) Paulo Guedes, o nosso ministro Onyx (Lorenzoni), o próprio (Marcelo) Ramos decidirem em comum acordo, eu "encarneiro" (sigo) e vamos em frente — disse na saída do Palácio da Alvorada.
Passada a aprovação da reforma da Previdência, o governo se prepara agora para enviar novos projetos ao Poder Legislativo como prioridade da gestão. Na mesa estão as reformas administrativa, que implicaria em mudanças do regime do servidor público, a tributária e alterações no pacto federativo.
A ordem de prioridade ainda não está clara e nem a data em que os projetos serão encaminhados ao Congresso pelo Palácio do Planalto.
Na quinta-feira (31), Rodrigo Maia (DEM-RJ), disse que embora Bolsonaro tenha prometido entregar uma proposta de reforma administrativa na próxima semana, os parlamentares podem analisar a matéria sem pressa, já que as mudanças serão implementadas somente para os futuros servidores.
Maia então defendeu como prioridades do Congresso nos dois últimos meses de 2019 a reforma tributária e a proposta de emenda à Constituição (PEC) da Regra de Ouro.
Já Paulo Guedes estuda fazer a reforma administrativa de forma fatiada. Ele quer que as mudanças englobem todo o percurso do trabalhador no serviço público. As alterações começariam já na forma de seleção para o ingresso na carreira, passando por regras mais rígidas de avaliação de desempenho, novas condições para a progressão e até a forma de vínculo empregatício com o Estado.
Também não há consenso sobre qual o modelo de reforma tributária que será adotado. O governo avalia se o melhor caminho será aproveitar textos que já tramitam no Congresso ou apresentar um novo projeto.