O presidente do Sindilojas, Paulo Kruse, afirmou nesta segunda-feira (4) que a antecipação do calendário de pagamento do IPVA trará impacto negativo nas vendas de Natal neste ano no Rio Grande do Sul. Segundo Kruse, ao contrário do que ocorria em anos anteriores, os contribuintes terão de usar recursos reservados para as compras de fim de ano para pagar o imposto estadual de uma só vez. A expectativa foi mencionada em entrevista à Rádio Gaúcha.
— As pessoas compram em dezembro, fazem suas compras baseadas no 13º salário. O IPVA, para as famílias, tem um impacto muito grande. Não vai ser como antes, quando as pessoas podiam pagar o imposto em outros meses, até abril. Haverá reflexo bastante negativo nas nossas vendas de Natal e os estoques já estão comprados, nos causou profundo mal-estar — afirmou o presidente do sindicato dos lojistas, que vai sugerir aos filiados a criação de mais promoções para tentar diminuir o estoque.
Kruse criticou o modo como o governo do Estado elaborou a medida anunciada pelo Secretário da Fazenda nesta segunda-feira e a falta de diálogo com entidades do comércio. Disse que, para o Sindilojas, estender para fevereiro o calendário já surtiria algum efeito positivo nas vendas.
— Se o governo fosse sensível a isso e se prorrogasse ao menos um mês, estaríamos de acordo. Não se pode aceitar que o governo tome uma medida unilateral e que vai trazer impacto em todo o comércio. Tudo isso faz com que o comércio fique fragilizado e que a arrecadação também diminua — disse.
O Sindilojas esperava que esse fosse o melhor Natal, em vendas, dos últimos anos. Havia expectativa de superar os números de 2014 — nenhum resultado posterior se igualou à cifra de cinco anos atrás:
— Havia expectativa de crescimento de 6% em relação ao ano passado. Este ano pretendíamos superar 2014 e agora teremos de rever.
Associação Gaúcha para desenvolvimento do Varejo lança nota de repúdio
Em nota divulgada na noite desta segunda (4), a Associação Gaúcha para desenvolvimento do Varejo (AGV) afirmou que "repudia" e espera que o "governador repense a decisão".
No texto, a instituição diz ainda que o final do ano é o período de maior movimento para o varejo, "esperado pelos lojistas ao longo de todo o ano".
"A economia do Estado está diretamente ligada ao varejo e não podemos cruzar os braços diante dessa decisão", afirmou o presidente da AGV, Ricardo Diedrich.
"Não há problema em admitir um erro e corrigí-lo a tempo de manter a nossa economia em evolução. Todos sabemos das dificuldades que o Rio Grande enfrenta, mas não justifica criar ainda mais impedimentos para que possamos avanças", complementou.