O Banco Central anunciou nesta quarta-feira (14) que irá vender dólares à vista das suas reservas internacionais, algo que não acontecia desde 3 de fevereiro de 2009.
A autoridade monetária também irá oferecer ao mercado contratos de swap cambial, mas avaliou que esse instrumento não atenderia sozinho à demanda por moeda estrangeira gerada pela "conjuntura econômica atual".
Nesta quarta, a moeda americana fechou o dia cotada a R$ 4,0410, alta de 1,78%, no maior patamar desde 23 de maio, período que havia sido turbulento para investimentos, após dados econômicos decepcionantes da China e da Alemanha espalharem uma nova onda de pessimismo pelos mercados financeiros.
Da próxima quarta-feira (21) até o dia 29, o BC iniciará uma série de operações com objetivo de rolar os contratos de swap que vencem em 1º de outubro, parte por meio dos mesmos contratos e parte por meio de dólar à vista. O vencimento soma US$ 3,8445 bilhões.
O BC irá vender diariamente até US$ 550 milhões à vista e, simultaneamente, irá comprar o mesmo valor em dólares no mercado futuro, por meio de operação conhecida como swap reverso.
Se a demanda for inferior a esse valor, o BC complementar a operação com a oferta de contratos de swaps, operação que equivale à venda de dólares no mercado futuro, no valor que não vendido.
As reservas do BC somam hoje quase US$ 400 bilhões. Com as operações, esse valor será reduzido, mas, ao mesmo tempo, a instituição vai aumentar o estoque de contratos de swap, hoje próximo de US$ 70 bilhões.
"Considerando a conjuntura econômica atual, a redução na demanda de proteção cambial (hedge) pelos agentes econômicos por meio de swaps cambiais e o aumento da demanda de liquidez no mercado de câmbio à vista, o Banco Central do Brasil comunica que, para efeito de rolagem da sua carteira de swaps, implementará a oferta de leilões simultâneos de câmbio à vista e de swaps reversos", diz a instituição em nota.
Segundo o BC, a atuação não altera sua política cambial, pautada no câmbio flutuante, sem prejuízo da atuação da autarquia em busca da manutenção do regular funcionamento do mercado.
"Trata-se de aperfeiçoamento no uso dos instrumentos à sua disposição para atuação no mercado de câmbio, como parte da Agenda BC#, tendo em conta as condições presentes neste momento no mercado."