O semestre fechou com o Rio Grande do Sul em destaque na pesquisa do Banco Central, que calcula o Índice de Atividade Econômica (IBC-Br). A economia gaúcha teve o melhor resultado entre os 13 Estados que entram no levantamento da autoridade monetária.
A economia do Rio Grande do Sul teve um crescimento de 3,5% no primeiro semestre em relação ao mesmo período do ano passado. Na média nacional, o avanço foi de 0,6% apenas. Em segundo lugar, estão Santa Catarina e Paraná, também da região Sul e com avanço de 2,7%. O ranking nacional é montado a pedido da coluna Acerto de Contas pelo economista-chefe da Câmara de Dirigentes Lojistas de Porto Alegre (CDL Porto Alegre), Oscar Frank.
As indústrias do Rio Grande do Sul são as "culpadas" pelo resultado positivo. A produção industrial gaúcha cresceu 8% no primeiro semestre do ano. Foi o melhor desempenho do país, conforme a pesquisa do IBGE. O levantamento considera 14 Estados e mais a região Nordeste e apontou queda média nacional de 1,6% na produção industrial de janeiro a junho de 2019.
Ao economista Oscar Frank, a coluna Acerto de Contas perguntou se o resultado é para se comemorar:
— Sim, apesar de ser uma recuperação ainda concentrada em alguns setores. Pondero, no entanto, que ainda há segmentos que enfrentam dificuldades e são importantes na economia gaúcha. Também é preciso que essa melhora tenha reflexo mais forte em outras áreas, como o mercado de trabalho.
"(...) comportamento positivo vindo das atividades de veículos automotores, reboques e carrocerias (automóveis, reboques e semirreboques e carrocerias para ônibus) e produtos de metal(construções pré-fabricadas de metal, artefatos de alumínio para uso doméstico, revólveres e pistolas e estruturas de ferro e aço em chapas ou em outras formas)", diz trecho da análise do IBGE.
Com o crescimento, a indústria do Rio Grande do Sul atingiu 99,6 pontos. É o maior patamar desde novembro de 2014, ainda início da crise econômica e quando estava em 104,4 pontos. Segundo o Comitê de Datação dos Ciclos Econômicos da Fundação Getúlio Vargas (Codace/FGV), a crise econômica brasileira começou no segundo trimestre de 2014.
Junho
Em junho, no entando, a economia gaúcha teve um pequeno recuo. Sobre maio, a queda do IBCR-RS foi de 0,1%. Na média nacional, o IBC-Br avançou 0,3% nesse período de comparação. Aqui, o setor de serviços caiu 1,3% no mês, com resultado pior que a média nacional como tem sido usual no segmento.
O indicador da economia gaúcha fechou junho em 139,67 pontos. É um patamar menor do que em maio, mas ainda acima do registrado em abril.