Antes mesmo de a Câmara ter concluído a votação da reforma da Previdência, o Senado já discutia como fazer alterações na proposta sem fazer com que a proposta de emenda à Constituição (PEC) tenha que retornar à primeira Casa. A ideia do relator da matéria no Senado, Tasso Jereissati (PSDB-CE), e de outros líderes é aprovar a PEC do jeito que vier da Câmara e promover mudanças em uma "PEC paralela".
A principal mudança que o Senado tetará fazer é incluir Estados e municípios na reforma. O presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), tentou incluí-los, mas não houve apoio dos deputados.
— Pessoalmente, sou extremamente favorável (à inclusão). A princípio, a ideia é uma PEC paralela para incluir Estados e municípios para que não volte (à Câmara) — disse Tasso.
Segundo o relator, como o Senado não mexeria na PEC original, ela já pode ser promulgada sem retornar ao Senado. Já a PEC paralela abriga as alterações. Uma outra ideia é fazer as alterações no próprio texto da PEC, mas desmembrando-a para que haja promulgação da parte consensual.
Quando a PEC original sair da Câmara, ela é entregue à Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado e só depois vai a plenário.
O presidente do Senado, Davi Alcolumbre (DEM-AP), traça um cronograma para que o texto termine de tramitar na Casa em 45 dias, ou seja, meados de setembro.
— Vamos ser bastante rápidos — disse Tasso.
Davi vem tentando acelerar a tramitação há alguns meses. Ele chegou a criar uma comissão de acompanhamento no Senado para antecipar as discussões.
— Temos o conjunto da opinião de boa parte dos senadores já pronta. Vamos iniciar já com bastante conhecimento dos principais problemas — afirmou o relator.
Mas nem todos estão dispostos a colaborar para a celeridade da tramitação no Senado. A oposição ainda não traçou sua estratégia para o segundo semestre, mas vai trabalhar para derrotar a reforma.
— Não tem nenhuma conversa sobre isso. Se houve, foi entre eles (aliados do governo). Não vamos ser favoráveis — disse o líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE).