Ministros do governo Jair Bolsonaro devem deixar os cargos temporariamente para votar a favor da reforma da Previdência, que começa a ser analisada pela Câmara nesta semana. A previsão é que Onyx Lorenzoni (Casa Civil), Tereza Cristina (Agricultura) e Marcelo Álvaro Antônio (Turismo) retornem para a casa até quarta-feira (10).
Em outubro do ano passado, eles foram eleitos e assumiram o mandato de deputados, mas se licenciaram para ocupar os respectivos ministérios.
Ainda não está decidido se o ministro Osmar Terra (Cidadania) irá aderir ao movimento. O suplente dele é o deputado Darcísio Perondi (MDB- RS), que integra o grupo na linha de frente em defesa da reforma da Previdência na Câmara. Perondi não poderia votar se Terra retornar ao mandato nesta semana, o que poderia gerar desgaste na relação dos correligionários.
É comum que ministros com mandato de deputado deixem o cargo no Executivo para participar de votações importantes no Congresso.
Isso acontece na análise de projetos considerados importantes para o governo — é o caso da reestruturação da Previdência — e decisões com reflexo político, como foi no impeachment da ex-presidente Dilma Rousseff.
Integrantes do Palácio do Planalto e interloculores de Bolsonaro no Congresso calculam que cerca de 330 ou 340 deputados votem a favor da proposta que endurece as regras de aposentadorias.
Por ser uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC), o texto precisa do apoio de 308 deputados — 60% da Casa.
A ideia do presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), é iniciar a discussão da reforma nesta terça (9) e votar a proposta nesta semana.
A líder do governo no Congresso, Joice Hasselmann (PSL-SP), acredita que a PEC será votada em dois turnos até sexta (12).