Pelo segundo mês seguido, a poupança voltou a registrar mais retiradas que depósitos. Em maio, os saques superaram os depósitos em R$ 718,7 milhões, informou nesta quinta-feira (6) o Banco Central. No mesmo período em 2018, os correntistas tinham depositado R$ 2,4 bilhões a mais do que tinham retirado.
Até 2014, os brasileiros depositavam mais do que retiravam da poupança. Naquele ano, as captações líquidas chegaram a R$ 24 bilhões. Com o início da recessão econômica, em 2015, os investidores passaram a retirar dinheiro para cobrir dívidas, em um cenário de queda da renda e de aumento de desemprego.
Em 2015, R$ 53,57 bilhões foram sacados da poupança, a maior retirada líquida da história. Em 2016, os saques superaram os depósitos em R$ 40,7 bilhões. A tendência inverteu-se em 2017, quando as captações excederam as retiradas em R$ 17,12 bilhões, e em 2018 houve uma captação líquida de R$ 38,26 bilhões.
Com rendimento de 70% da taxa Selic, a poupança está se tornando menos atrativa porque os juros básicos estão no menor nível da história, em 6,5% ao ano. Nos últimos meses, o investimento não tem conseguido garantir rendimentos acima da inflação.
Nos 12 meses terminados em abril, a poupança rendeu 4,16%. O Índice de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) — que funciona como uma prévia da inflação oficial — acumula 4,93% no mesmo período.
Na sexta-feira (7), o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) divulga o IPCA cheio de maio.