Na véspera do início da reunião de cúpula do G20 em Osaka, no Japão, o presidente Jair Bolsonaro (PSL) afirmou, ao desembarcar, que o Brasil não tem lado na guerra comercial entre Estados Unidos e China.
— Não, lógico que os produtos da China para os Estados Unidos e para cá, em parte, interessam ao Brasil porque tem a questão de commodities. Então, obviamente a gente não quer que haja briga para a gente poder se aproveitar. A gente está buscando paz e harmonia, como estamos trabalhando no caso do Mercosul e da União Europeia — afirmou ao desembarcar.
Em referência a encontro, que será realizado entre sexta-feira (28) e sábado (29), terá como principal debate o comércio multilateral e a atenção voltada para desdobramentos da conversa que o presidente americano, Donald Trump, terá com o chinês, Xi Jinping.
A conversa entre eles está marcada para sábado e um dos temas centrais a ser tratado é a guerra comercial entre as duas maiores economias do mundo. Bolsonaro terá encontros bilaterais com ambos. A primeira delas será com o americano, na sexta, no que será o segundo encontro entre eles em pouco mais de três meses. Em março, o presidente brasileiro foi recebido na Casa Branca.
Em sua estreia no G20, Bolsonaro deve fazer um discurso semelhante ao que levou a Davos, na Suíça, durante o Fórum Econômico Mundial: de que o Brasil é um país aberto economicamente e que não leva em conta questões ideológicas para escolher seus parceiros comerciais.
A reunião com Xi, que será seu último compromisso no Japão antes de embarcar para o Brasil, é uma tentativa de afastar as críticas que fez à China quando era candidato e costumava dizer que "chineses estavam comprando o Brasil".
A expectativa é de que ele demonstre ao presidente chinês que pretende estreitar ainda mais as relações comerciais com o principal parceiro brasileiro, somando à pauta de exportações maior participação de produtos de alto valor agregado. As vendas hoje são sobretudo commodities.
Bolsonaro desembarcou em Osaka pouco antes das 14h (horário local) ao lado de uma comitiva reduzida, de apenas dois ministros, o general Augusto Heleno, do Gabinete de Segurança Institucional (GSI), e Henrique Mandetta, da Saúde. Também acompanham o presidente o secretário-executivo da Economia, Marcelo Guaranys e o secretário-geral do Ministério das Relações Exteriores, Otávio Brandelli.