A oposição na Câmara quer suspender a votação da reforma da Previdência na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) marcada para esta terça-feira (23) até que seja retirado o sigilo determinado pelo governo sobre estudos que embasam a proposta.
O líder da oposição na Câmara, Alessandro Molon (PSB-RJ), afirmou nesta segunda-feira (22) que será tentado um adiamento com o presidente da CCJ, Felipe Francischini (PSL-PR), para a próxima semana.
Além disso, o deputado Aliel Machado (PSB-PR) entrou com um mandado de segurança no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a suspensão da tramitação na comissão. O pedido será analisado pelo ministro Gilmar Mendes.
A oposição deve entrar ainda com um mandado de segurança na primeira instância da Justiça Federal, pedindo o levantamento do sigilo.
— Não é razoável votarmos a matéria sem o conhecimento dos dados — afirmou Molon.
Os líderes da oposição se reunirão na noite desta segunda com parlamentares do centrão, para angariar apoio à reivindicação. A ideia é, caso não seja possível adiar a tramitação em acordo com Francischini ou pela via judicial, apresentar questões de ordem durante a sessão a fim de interromper sua análise.
Líderes do centrão têm demonstrado disposição para atrasar a instalação da comissão especial caso não haja liberação dos dados. No entanto, ainda há deliberação sobre se devem atrasar a tramitação na primeira fase.
— Essa questão do sigilo vai tumultuar muito, isso é muito sério — afirmou o líder do Podemos, José Nelto (GO).