
Diante de ruídos entre Congresso e governo federal, a bolsa de valores de São Paulo (B3) despencou 3,57%, a 91.903 pontos, nesta quarta-feira (27), menor marca desde 7 de janeiro (91.699). Enquanto isso, o dólar subiu 2,27% e encerrou o dia em R$ 3,954. É o maior nível de fechamento da moeda americana em quase seis meses, desde 1º de outubro (R$ 4,018).
O movimento no mercado financeiro está relacionado ao temor de que o avanço da reforma da Previdência seja abalado por dificuldades de articulação do governo Jair Bolsonaro no Congresso.
No último dia 18, a bolsa de valores alcançou o recorde de 100 mil pontos ao longo da sessão. No entanto, passou a cair nas jornadas seguintes, com a possibilidade de atraso na tramitação da proposta de mudanças no sistema de aposentadorias.
Sócio-diretor da Ativa Investimentos, Arnaldo Curvello afirma que o mercado financeiro "segue acreditando no avanço da reforma, mas menos do que antes". Conforme o analista, a baixa da bolsa foi turbinada nesta quarta-feira por fatores externos, como a avaliação de que a economia mundial crescerá menos do que o esperado.
— O mercado ficou mais cético em relação à reforma nos últimos dias. Mesmo assim, não abandonou a ideia de que a proposta será aprovada — sublinha Curvello.