Um tribunal de Tóquio concordou nesta sexta-feira (30) em estender a detenção do brasileiro ex-presidente da Nissan, Carlos Ghosn, até 10 de dezembro. Ele está preso desde 19 de novembro por suspeita de fraude fiscal. Na data, Ghosn — que foi destituído de suas posições como presidente do conselho de Nissan e Mitsubishi Motors, mas permanece CEO da Renault — será liberado sem acusações.
Com base em documentos entregues pela Nissan às autoridades financeiras japonesas entre 2011 e 2015, a Promotoria suspeita que o executivo dissimulou metade de seus rendimentos procedentes do grupo. Ghosn teria minimizado sua renda como presidente do conselho de administração da Nissan em quase 5 bilhões de ienes (38 milhões de euros) durante cinco anos a partir de 2011.
De acordo com a imprensa japonesa, ele teria feito o mesmo nos três exercícios fiscais seguintes, o que elevaria o valor total a 8 bilhões de ienes, sem incluir os 4 bilhões de ganhos de suas ações. Fontes citadas pelo jornal Nikkei disseram que Ghosn recebia dois bilhões de ienes por ano como conselheiro delegado da Nissan até o início de 2010, o que na época não era público.
Na ocasião, uma lei mudou as regras, e Ghosn teria reduzido seu salário em quase um bilhão de ienes, para evitar as críticas, além de adiar, ao mesmo tempo, o pagamento do restante para sua aposentadoria. Tudo isto com a cumplicidade de seu braço direito, Greg Kelly, também detido.