A Promotoria de Justiça de Tóquio, no Japão, prendeu o ex-CEO e atual presidente do conselho de administração da Nissan, Carlos Ghosn, por suspeita de irregularidades na declaração de lucros. Segundo as investigações internas da fabricante de automóveis, o executivo brasileiro afirmou ter recebido menos do que realmente recebeu – ele teria reduzido os ganhos em 33%.
Segundo a montadora japonesa, Ghosn "declarou durante anos renda inferior ao valor real". "Além disso, várias outras práticas ilícitas foram descobertas, como o uso de bens da empresa com fins pessoais", afirmou a Nissan, que vai propor ao conselho de administração a "demissão rápida de seu cargo".
De acordo com a Promotoria de Justiça de Tóquio, a remuneração de Ghosn totalizou quase 1,1 bilhão de ienes, ou cerca de US$ 9,7 milhões de dólares, no ano fiscal de 2016. Porém, para o ano fiscal de 2017, o executivo relatou um total de 730 milhões de ienes - queda de 33%.
Natural de Guajara-Mirim (Rondônia), Ghosn foi diretor da montadora em 1999 e anos depois tornou-se presidente da Nissan. No ano passado, Ghosn se aposentou como presidente e CEO da montadora.
O grupo vendeu mais de 10,6 milhões de unidades no ano passado, superando a Toyota como o segundo maior vendedor de automóveis do mundo.