A recessão econômica balançou o padrão de vida na maior parte do país. Em 2016, das 27 unidades da federação, 25 tiveram queda nessa dimensão do iRS, inclusive o Rio Grande do Sul. Na comparação com o ano anterior, o indicador gaúcho caiu de 0,618 para 0,607, a segunda baixa anual em sequência.
— O Estado tem boa atividade econômica, com setores fortes como o agronegócio. No entanto, alguns gargalos começam a se apresentar, como é o caso da população gaúcha, que, segundo projeções do IBGE, está envelhecendo mais. Devemos ser o primeiro Estado brasileiro a observar retração populacional — sublinha o professor da Escola de Negócios da PUCRS Ely José de Mattos.
A dimensão padrão de vida leva em conta as variáveis de renda, ocupação e desigualdade. Apesar da redução no indicador, o Estado seguiu na quinta colocação nacional, posto que ocupa desde 2010.
— O Rio Grande do Sul não perdeu posição em emprego e renda porque houve quedas em quase todo o país. A baixa no índice não é exclusividade do Estado — explica Ely.
O pesquisador acrescenta que os gaúchos sentiram os efeitos da recessão no mercado de trabalho e, consequentemente, no bolso. Em 2016, houve quedas nas variáveis de ocupação e de renda média. No sentido contrário, o indicador de distribuição de ganhos subiu, apontando redução na desigualdade entre os mais ricos e os mais pobres.
— A alta sugere melhora nessa variável, mas é preciso fazer uma ponderação. O avanço em distribuição também mostra que o mercado ficou mais enxuto. Empresas cortaram cargos durante a recessão. Por isso, é preciso avaliar a desigualdade em combinação com renda média e ocupação — ressalta.
Em 2016, não houve mudanças no pelotão de frente em padrão de vida. O Distrito Federal (0,880) manteve-se em primeiro lugar, seguido por Santa Catarina (0,662), São Paulo (0,655) e Paraná (0,620). A exemplo do Rio Grande do Sul, o Brasil também viu o padrão de vida cair. A média nacional passou de 0,558 para 0,546, em nível mais baixo do que a gaúcha.