O consumo é apontado por analistas, desde o início do ano, como o principal motor de crescimento da economia em 2018. Mas, com a retomada da atividade em nível aquém do esperado, não ficou imune a frustrações e dá sinais de que pode engasgar. Apresentado na sexta-feira pela Fecomércio-RS, o indicador de intenção de consumo das famílias (ICF) caiu 1,4% no Estado, em julho, frente ao mesmo período de 2017.
Para o economista da entidade Thallys Costa, o freio pode ser atribuído a dificuldades que persistem no mercado de trabalho. O analista menciona que o consumo deve seguir como o principal fator de estímulo ao avanço do Produto Interno Bruto (PIB) em 2018, mas com menor força do que a projetada.
– A retomada na geração de empregos não empolgou até agora. As empresas ainda apresentam capacidade ociosa. Então, aguardam antes de fazer novos investimentos e contratações – sintetiza.
Em junho, o país fechou 661 vagas com carteira assinada, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Divulgada na sexta-feira, a pesquisa indica que o saldo do Rio Grande do Sul também ficou no vermelho.
No mês passado, o Estado encerrou 6,5 mil postos de trabalho formais. O quadro de instabilidade respingou nas projeções para o avanço do PIB em 2018. Também na sexta-feira, o Ministério do Planejamento reduziu a estimativa de crescimento da economia nacional de 2,5% para 1,6% ao final do ano. Vale lembrar: a previsão inicial do governo sinalizava aumento de 2,97%. No sentido contrário ao PIB, a projeção do ministério para a inflação em 2018 subiu de 3,4% para 4,2%. O aumento nos preços é um dos impactos da greve dos caminhoneiros.