O Rio Grande do Sul fechou 6,5 mil vagas formais de emprego no mês de junho, amargando o terceiro mês consecutivo com resultado negativo. O Estado abriu 76.643 postos de trabalho, mas fechou outros 83.164, segundo dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). No ranking nacional, o RS ficou com o segundo pior resultado entre os Estados, perdendo apenas para o Paraná, que teve saldo de - 6,6 mil.
No Estado, o resultado negativo foi puxado pelo comércio (-2.132), seguido por Agropecuária (-1.857) e indústria de transformação (-1.670).
Apenas os setores de serviços (+ 429) e serviços industriais de utilidade pública (SIUP) (+61) fecharam o mês no azul. No acumulado do ano, o RS registra saldo positivo de 26,3 mil vagas.
No entendimento do presidente da Federação das Câmaras de Dirigentes Lojistas do Rio Grande do Sul (FCDL-RS), Vitor Augusto Koch, a greve dos caminhoneiros, iniciada no fim de maio, e as últimas altas do dólar contribuíram para o resultado negativo no comércio:
— Durante a paralisação, os consumidores optaram por priorizar produtos como combustíveis e alimentos para se resguardar em relação a uma possível parada. Com isso, a população transfere a prioridade (de compra). Isso gerou reflexos em outros setores da economia.
Koch salientou que a alta da moeda norte-americana causou impacto no preço, principalmente, de produtos importados, como vestuário e acessórios. Com isso, o consumidor perde poder de compra, segundo o presidente da federação.
— A retomada do emprego no setor deve ocorrer a partir de setembro, diante do principal período de vendas do varejo, que é o fim do ano — pontuou Koch.
Vacaria, na Serra, é o município gaúcho com o pior resultado no período: -583. Na sequência, vem Pelotas (-544), no Sul, e Novo Hamburgo (-476), no Vale do Sinos.
Por outro lado, Caxias do Sul (+322), na Serra, Santa Maria (+169), na Região Central, e Santa Cruz do Sul (+142), no Vale do Rio Pardo, conseguiram números positivos no levantamento.
Apesar dos números negativos dos últimos três meses, o saldo do RS no primeiro semestre é de + 26.355. Nos últimos 12 meses, a diferença ficou em 17.021 — variação de 0,68%.
No Brasil
No âmbito nacional, o saldo também foi negativo, mas se manteve estável. Foram 1.167.531 admissões e 1.168.192 desligamentos, com um saldo de 661 vagas fechadas em junho. O comércio e a indústria de transformação lideraram a destruição de empregos no mercado de trabalho no período. Juntos, os dois setores demitiram 41.441 pessoas com carteira assinada. Na contramão, a agropecuária registrou abertura de 40.917 postos.
Trabalho intermitente e jornada parcial
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged) divulgados nesta sexta-feira (20) pelo Ministério do Trabalho indicam que o mês de junho terminou com a criação líquida de 2.688 empregos com contrato intermitente e abertura de outras 988 vagas pelo sistema de jornada parcial. Somados, os dois novos contratos criaram 3.676 empregos no mês passado. Os dois novos contratos foram criados pela reforma trabalhista que vigora desde o fim do ano passado.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, junho teve saldo líquido de 2.688 empregos intermitentes gerados pela criação de 4.068 postos e fechamento de 1.380 outros empregos. Entre os Estados com o maior número de contratações nesta modalidade, estão São Paulo (saldo positivo de 873), Rio de Janeiro (286) e Paraná (229).
Já as contratações de trabalhadores em regime de tempo parcial tiveram saldo positivo de 988 empregos, resultado de 4.525 contratações e 3.537 desligamentos. Os maiores saldos foram registrados no Ceará (149), Rio de Janeiro (132) e Paraná (85).
O Caged informou ainda que houve 13.236 desligamentos por acordo no mês de junho.