O Brasil encerrou o mês de julho com a abertura de 47.319 vagas de emprego com carteira assinada, de acordo com dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged). Os números ainda não foram divulgados pelo Ministério do Trabalho, mas já constam do banco de dados do Caged. Esse foi o melhor resultado para o mês de julho desde 2013.
O resultado mensal positivo foi puxado pelo agronegócio, que registrou a abertura de 17.455 empregos com carteira assinada no mês. O balanço de julho veio acima do esperado pelos analistas ouvidos pelo jornal O Estado de S. Paulo. Entre as 20 estimativas coletadas, a mediana apontava para a criação de 24.250 vagas, sem ajuste sazonal. Essas projeções variavam do corte de 8.872 postos formais até a criação de 65 mil empregos.
Com a criação de vagas no mês passado, o mercado de trabalho volta a registrar saldo positivo, após o fechamento de 661 empregos formais no mês de junho.
No acumulado dos sete primeiros meses do ano de 2018, o cadastro de emprego registra a abertura de 448.263 vagas com carteira assinada. Em 12 meses até julho, foram criados 286.121 empregos formais.
Contrato intermitente e jornada parcial
O mês de julho terminou com a criação líquida de 3.399 empregos com contrato intermitente e a abertura de outras 813 vagas pelo sistema de jornada parcial. Somados, os dois contratos criaram 4.212 empregos no mês passado.
De acordo com os dados do Ministério do Trabalho, julho teve criação de 4.951 vagas com contrato intermitente ao mesmo tempo em que houve fechamento de 1.552 postos sob esse novo regime. Entre os Estados com o maior número de contratações líquidas nesta modalidade, estão São Paulo (saldo positivo de 1.173), Minas Gerais (464) e Rio de Janeiro (367).
Já as contratações de trabalhadores em regime de tempo parcial tiveram total de 4.643 contratações e 3.830 desligamentos no mês. Os maiores saldos foram registrados no Rio de Janeiro (210), São Paulo (154) e Ceará (103).
Subutilização da força de trabalho e desalento
A tendência é de que os dados do Caged reflitam na próxima análise da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio Contínua (Pnad Contínua). Em 16 de agosto, o IBGE divulgou que a taxa de subutilização da força de trabalho no Brasil encerrou o segundo trimestre do ano com recuo, caindo de 24,7% no primeiro trimestre de 2018 para 24,6%. O resultado equivale a dizer que falta trabalho para 27,6 milhões de pessoas no país.
Ao mesmo tempo, o Brasil alcançou no dia 16 deste mês o recorde de 4,833 milhões de pessoas em situação de desalento no segundo trimestre de 2018, o maior patamar da série histórica da Pnad Contínua iniciada em 2012 pelo IBGE.
Principais setores que criaram vagas em julho de 2018:
- Agronegócio: 17.455
- Serviços: 14,548
- Construção civil: 10.063
- Indústria de transformação: 4.993
- Serviços de utilidade pública: 1.335
- Extração mineral: 702
Principais setores que perderam vagas em julho de 2018:
- Administração pública: -1.528 vagas
- Comércio: -249