A melhora gradual do emprego formal, identificada ao longo do ano passado, tem sofrido uma brusca desaceleração. Embora o número de vagas com carteira assinada seja positivo no ano, o ritmo de contratações tem mostrado forte queda nos últimos três meses. As informações são do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com o levantamento da LCA Consultores com base nos dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), feito com exclusividade para a Folha, no início de 2018, o ritmo de geração de vagas no mercado formal de trabalho era compatível com algo perto de 750 mil novos postos neste ano.
Desde março, no entanto, a desaceleração tem sido tão brusca que, mantido o ritmo registrado a partir daquele mês, o mercado de trabalho pode fechar 2018 com um saldo líquido de apenas 220 mil vagas com carteira.
O número representa apenas 20% do previsto por economistas, que estimavam, no final de 2017, a criação de 1 milhão de novos postos com carteira neste ano.
O cenário está intimamente ligado à lenta reação da atividade econômica, como em um círculo vicioso. Em dezembro de 2017, as previsões de crescimento econômico indicavam alta de 2,7% em 2018, chegando, em março, a atingir quase 3%, segundo acompanhamento semanal do Banco Central. De lá para cá, as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) vêm caindo e hoje não passam de 1,5%.