As incertezas externas e internas que afetam o Brasil continuam a prevalecer e o dólar voltou a ser valorizar nesta segunda-feira. Apesar de ter iniciado o dia em queda, com a atuação do Banco Central (BC), a moeda americana voltou a ganhar força à tarde e fechou o dia com alta de 0,54%, cotada a R$ 3,726. Na sexta-feira, com o impacto da interferência do BC no mercado, o câmbio recuou 5,6%.
— A intervenção do BC ameniza um pouco, mas isso não quer dizer que será um cenário que se manterá nos próximos períodos. Teremos mais volatilidade no câmbio — avisa o economista-chefe da Geral Investimentos, Denílson Alencastro.
O nervosismo também se refletiu na bolsa. O Índice Ibovespa iniciou a sessão com valorização, mas aos poucos foi cedendo, puxada principalmente pelos bancos. Encerrou o dia com uma queda de 0,87%. Foi o quinto pregão consecutivo de recuo.
Uma das maiores preocupações da semana é com a reunião do banco central americano, nesta quarta-feira. Com a economia dos EUA se fortalecendo e um pouco mais de pressão inflacionária, a expectativa é de alta de 0,25 ponto percentual na taxa, para um intervalo entre 1,75% e 2% ao ano. A grande dúvida que semeia nervosismo é se será sinalizada a possibilidade de o juro por lá ser elevado quatro vezes ao longo de 2018, e não três, como se espera até agora.
No front interno, pesam os problemas fiscais do Brasil e as incertezas relacionadas às eleições, com os candidatos preferidos pelo mercado financeiro, como Geraldo Alckmin (PSDB), sem conseguir reação nas pesquisas de intenção de voto, como a divulgada pelo Datafolha, no domingo.
— As candidaturas de centro não têm se apresentado com boas possibilidades — avalia Alencastro.
O economista lembra que, em relação ao câmbio, existem dúvidas quanto à eficiência apenas dos chamados swaps cambiais (espécie de venda da moeda no mercado futuro) para deter a volatilidade do dólar. Se for observada uma saída maior da divisa, haverá a necessidade de atuar no mercado à vista, alerta.