A mobilização de caminhoneiros paralisa rodovias e encurrala o governo Michel Temer. Iniciada na última segunda-feira (21), a greve coloca à prova a capacidade de negociação do Palácio do Planalto, que tenta encontrar soluções para normalizar a situação do transporte de cargas em todo o país. Abaixo, confira quais são as reivindicações dos motoristas.
A organização
A greve dos caminhoneiros é fruto da aproximação de diversas entidades que representam a categoria e questionam as recentes elevações nos preços cobrados pelo óleo diesel. Uma das principais envolvidas é a Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), que reúne vários sindicatos espalhados pelo país. A adesão ao movimento ganhou força, nas últimas semanas, com a convocação de motoristas e a circulação de informações via redes sociais.
As reivindicações
A CNTA afirma que a paralisação busca atacar ao menos três questões que elevam custos e dificultam a realização de fretes no país.
Menos tributos
A categoria quer reduzir o peso de tributos sobre o óleo diesel e, consequentemente, diminuir o preço. Na noite de quarta-feira (23), a Câmara dos Deputados aprovou projeto que elimina a cobrança de PIS/Cofins sobre o diesel até o fim de 2018. Agora, o texto precisa passar pela chancela do Senado.
Preços da Petrobras
Os caminhoneiros cobram revisão na política de preços dos combustíveis da Petrobras. Conforme a categoria, os ajustes quase diários dificultam a definição dos valores cobrados pelos fretes no país. Até o momento, o governo e a estatal descartaram publicamente alterações na estratégia. Em vigor desde julho de 2017, a política tenta alinhar os valores àqueles cobrados no mercado internacional. Para isso, leva em consideração a variação do dólar e do barril de petróleo. Entre investidores, a estratégia recebe elogios. Eventuais mudanças seriam vistas como ingerência política do governo na estatal.
Pagamento de pedágios
A categoria solicita a extinção da cobrança de pedágios para eixos erguidos. Hoje, no retorno de viagens, mesmo sem carga, os caminhoneiros pagam taxa referente ao número de eixos de seus veículos. A cobrança, frisa a categoria, independe de parte deles estar erguida por falta de peso.