A evolução dos indicadores do mercado de trabalho na região metropolitana de Porto Alegre mostra que a última década foi marcada pela redução das desigualdades entre mulheres e homens no âmbito laboral. A recessão que atingiu o país em 2015 e 2016, contudo, interrompeu esse processo, manifestando-se de forma mais intensa na elevação da taxa de desemprego entre as mulheres.
A população feminina, no entanto, enfrenta as maiores dificuldades de inserção nesse mercado. Em 2017, as mulheres constituíram a maior parcela dos desempregados na Região Metropolitana, apesar da redução da sua participação na força de trabalho. A constatação é feita com base nas informações do boletim especial A inserção das mulheres no mercado de trabalho na RMPA em 2017, produzido pela Fundação de Economia e Estatística (FEE), Departamento Intersindical de Estatísticas e Estudos Socioeconômicos (DIEESE) e Fundação Gaúcha do Trabalho e Ação Social (FGTAS).
A taxa de desemprego cresceu somente entre as mulheres. Enquanto elas perderam 48 mil postos de trabalho, entre os homens essa redução foi de 10 mil. O setor de serviços foi o grande responsável pela queda na ocupação feminina.
A taxa de desemprego total das mulheres aumentou pelo terceiro ano consecutivo, passando de 11,2% em 2016 para 12,4% da população economicamente ativa em 2017. Para eles, a taxa de desemprego total permaneceu estável em 10,2%. A desigualdade entre as taxas de desemprego total feminina e masculina passou de 1 ponto percentual em 2016, para 2,2 pontos percentuais em 2017, mais que dobrando.
No ano passado, o contingente de desempregadas foi estimando em 103 mil mulheres, totalizando acréscimo de 5 mil em relação ao ano anterior. Esse resultado deveu-se ao fato de a redução na ocupação (menos 48 mil ocupadas, ou -6,2%) ter sido superior à saída delas no mercado de trabalho (menos 43 mil pessoas, ou -4,9%). Para os homens, a redução de 2 mil desempregados em relação a 2016 ocorreu porque a saída de pessoas do mercado de trabalho (menos 12 mil, ou -1,2%) foi superior à redução da ocupação (menos 10 mil pessoas, ou -1,1%).