Após café da manhã no Palácio do Alvorada com o presidente Michel Temer, o relator da reforma da Previdência na Câmara dos Deputados, Arthur Maia (PPS-BA), afirmou que o governo tem atualmente entre 290 e 310 votos favoráveis à proposta. Ele também não descartou novas mudanças ao texto no plenário, por meio de emendas aglutinativas.
— Acho que temos hoje entre 290 e 310 votos. Caminhamos para ter uma aprovação o mais rápido possível — afirmou o relator, ao deixar o Alvorada. — Os governadores de Estado e prefeitos que influenciam os parlamentares devem dar sua contribuição — completou.
Temer precisa atingir 308 votos para aprovar a reforma e defende que o tema seja pautado apenas se os partidos indicarem ter garantido o mínimo de votos para aprovação.
— A decisão de marcar a data da discussão e início da votação é do presidente (da Câmara) Rodrigo Maia (DEM-RJ) — ponderou Arthur Maia.
O relator afirmou que atenderia o pedido do presidente interino do PSDB, Alberto Goldman, para ir a uma reunião da bancada do partido e dar os "esclarecimentos necessários" aos parlamentares, que ainda pedem mudanças no novo texto apresentado por ele.
— Minha condição como relator de fazer concessões (no texto da reforma) é muito limitada. Mas claro que não estão descartadas mudanças no texto. Eventuais mudanças tem de ser feitas por emendas aglutinativas dos líderes ou destaques discutidos no plenário — disse o relator. — A não aprovação também é uma possibilidade, quem define é o plenário.
Ele voltou a afirmar que o atual sistema previdenciário é injusto e desafiou os opositores da reforma a apontarem uma perda de direitos dos menos favorecidos com as mudanças.
— Nós somos sócios desse projeto de Brasil porque votamos a favor do impeachment e apoiamos o governo. Podemos disputar as eleições do ano que vem com o Brasil crescendo a 0,5% ou zero. Ou aprovar a Previdência e disputar com o Brasil crescendo a 3,5% — concluiu o relator.