O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) afirmou, na manhã desta quarta-feira (6), em entrevista à rádio Continental AM, que o maior problema do país hoje não é a Previdência, como sustenta o governo de Michel Temer, que luta para aprovar a medida na Câmara dos Deputados antes do fim deste ano.
O petista está em caravana no Rio de Janeiro e diz que em sua gestão no governo federal, quando, segundo ele, se criava empregos e os salários aumentavam todos os anos, "a Previdência era superavitária".
— Acho que o PT tem clareza que minha volta à Presidência (da República) pode fazer com que o povo volte a sonhar, porque não é possível que alguém ache que o maior problema do Brasil é a Previdência — disse ele.
Para Lula, "se o povo não tem dinheiro para comprar, por que as empresas vão produzir, empregar?" Ele diz que as duas coisas caminham juntas, portanto, só haverá produção se houver consumo.
— O Brasil tem um mercado de 207 milhões de pessoas. Gente ansiosa para comprar, mas que hoje não tem dinheiro. Se tiver produtos a preços compatíveis, as pessoas vão comprar.
Gás de cozinha
Na entrevista, Lula disse ainda que ficou oito anos na presidência e não aumentou o gás de cozinha uma única vez. E continuou:
— O Temer, em sete meses, já aumentou 68%. Tem lugar do país onde o gás já está custando R$ 105. É um produto da cesta básica. Não pode ser aumentado desse jeito.
Mercado financeiro
Em outro trecho da entrevista, Lula destacou a influência do mercado financeiro e o atual momento de rejeição de representantes do setor ao seu nome na disputa pelas eleições de 2018.
— Dizem que o mercado é meu adversário, mas os empresários ganharam dinheiro no meu governo. O mercado precisa aprender a viver com o trabalho da nação.
Mais críticas
Lula voltou a criticar Temer, ao dizer que "nenhum presidente que tivesse sido eleito com 99% dos votos teria a desfaçatez para fazer o que Temer está fazendo, entregando para o golpe algo com que o povo jamais concordaria".