Veio fraco, mas veio positivo. O Produto Interno Bruto cresceu 0,2% no segundo trimestre, na comparação com os primeiros três meses do ano.
O dado foi divulgado pelo IBGE. Houve uma desaceleração, que já era esperada. O primeiro trimestre tinha fechado com avanço de 1%, interrompendo a recessão de oito trimestres no país.
A Agropecuária registrou variação nula (0%). A Indústria caiu 0,5% e os Serviços cresceram 0,6%.
Na Indústria, houve queda de 2,0% na construção e de 1,3% na atividade de eletricidade e gás, água, esgoto e limpeza urbana. A extrativa mineral variou 0,4% e a indústria de transformação manteve-se praticamente estável (0,1%).
Nos Serviços, tiveram resultado positivo: comércio (1,9%), atividades imobiliárias e outros serviços (0,8%) e atividade de transporte, armazenagem e correio (0,6%). Os serviços de informação caíram 2% e as atividades de administração, saúde e educação pública (-0,3%) e de intermediação financeira e seguros (-0,2%) registraram variações negativas.
Na comparação com o segundo trimestre de 2016, o PIB variou 0,3%. No acumulado em quatro trimestres, o PIB caiu 1,4% em relação aos quatro trimestres imediatamente anteriores. Já no primeiro semestre de 2017, o PIB apresentou variação nula em relação ao primeiro semestre de 2016. Em valores correntes, o PIB no segundo trimestre de 2017 alcançou R$ 1,639 trilhão.
Com alta de 1,4% na comparação entre o primeiro e o segundo trimestre de 2017, o consumo das famílias voltou a registrar crescimento. Este é o destaque do IBGE já que foi o primeiro crescimento em nove trimestres.
- O comércio, pelo lado da oferta, e o consumo das famílias, pelo lado da demanda, foram as principais influências para a variação positiva de 0,2% do PIB - destaca Rebeca Palis, coordenadora de Contas Nacionais do IBGE.
O IBGE destaca a influência de indicadores macroeconômicos neste avanço de consumo. Cita a desaceleração da inflação, a redução da taxa básica de juros e o crescimento, em termos reais, da massa salarial.
Economista da Fecomércio-RS, Patrícia Palermo destaca que o comércio foi beneficiado por este crescimento no consumo das famílias. Lembrem também que começou em março a liberação do dinheiro das contas inativas do FGTS.
- Deve estar refletindo também a melhora marginal no mercado de trabalho. Outro ponto é o aumento do volume de crédito para compra de carros - acrescenta a economista.
Patrícia observa ainda que a Formação Bruta de Capital Fixo segue caindo, mas em ritmo mais lento. Esta variável considera o investimento privado feito pelas empresas e sofreu tombos consecutivos durante a crise econômica.
- A indústria caiu basicamente pelo comportamento de distribuição de energia, água, gás, que vem de base alta.
A economista - que é sempre bem ponderada - avalia que o resoltado veio bom:
- Dado o cenário político tenso depois de maio...
Em 17 de maio, houve a divulgação da delação da JBS. O impacto sobre indicadores gerais da economia foi imediato.
Comparação com 2016
Já em relação ao segundo trimestre de 2016, o economista-chefe da Farsul, Antônio da Luz, chama a atenção para o resultado da indústria, que veio 0,6 ponto percentual abaixo do previsto pela entidade.
- Indústria para baixo, serviços para baixo e agropecuária tão para cima que colocou o PIB no positivo. Indústria surpreendeu negativamente.
O economista lamenta o resultaod zerado do primeiro semestre:
- Meio ano de trabalho sem avançar um milímetro.
* Matéria sendo atualizada em tempo real. Acompanhe.
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