Os índices de atividade em dezembro foram os menores para o mês já apurados pela Sondagem Industrial do Rio Grande do Sul, desde 2010. Os dados foram divulgados nesta segunda-feira pela Federação das Indústrias do Rio Grande do Sul (Fiergs). O indicador varia de zero a cem - valores abaixo de 50 pontos indicam a intensidade na redução ou piora e valores acima de 50 apontam a intensidade no crescimento e melhora.
A produção (34,1 pontos) manteve a sequência de quedas mensais iniciada em abril de 2015. O emprego (42,1 pontos) segue em queda por 20 meses consecutivos. O desaquecimento da atividade também se reflete na baixa utilização da capacidade instalada (UCI) que ficou em 63%. Com isso, a UCI usual (32,7 pontos) se afastou ainda mais do nível considerado normal pelos empresários.
- O setor terminou o ano em queda, devido à fraca demanda doméstica, e indica um começo de 2016 muito difícil. A indústria gaúcha enfrentou inúmeros problemas no último trimestre de 2015 - disse o presidente da Fiergs, Heitor José Müller, ao avaliar os dados da pesquisa.
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Os principais obstáculos apontados foram demanda interna insuficiente (49,8% dos entrevistados), elevada carga tributária (48,9%), taxa de juro elevada (25,6%), falta ou alto custo da energia (22,5%), falta ou alto custo da matéria-prima (22,5%), taxa de câmbio (22,5%), falta de capital de giro (22%) e inadimplência dos clientes (20,7%).
A queda na produção em dezembro propiciou uma redução dos estoques de produtos finais (46,3 pontos) em relação a novembro, permitindo a aproximação do planejado pelas empresas (52,1 pontos).
As avaliações das empresas sobre suas finanças no último trimestre de 2015 continuaram negativas. O índice de condições financeiras (38,2 pontos) revelou alto grau de insatisfação. Em relação à margem de lucro (31,4 pontos), a avaliação foi ainda pior. A grande dificuldade de acesso ao crédito e o aumento nos preços das matérias-primas completam o complexo quadro financeiro das empresas.
As expectativas dos empresários gaúchos para os próximos seis meses ainda são negativas em janeiro, embora não tanto quanto em dezembro. Projetando quedas, o índice de demanda foi de 46,2 pontos, o de emprego, 43,3 pontos e o de compras de matérias-primas, 44,7 pontos. Além disso, a intenção de investimento (41,5 pontos) é bastante baixa. O cenário é um pouco diferente para as exportações: o indicador de quantidade exportada (55,5 pontos) revela expectativa de crescimento.